Projetos

 


Projetos desenvolvidos pela equipe do LEIA

 

» Em andamento


2023 – 2026 (previsão)

Terra e Águas. Trajetórias e Memórias Guarani, Kaigang e  Laklaño/Xokleng na América do Sul.

Resumo: A exposição” TERRAS E ÁGUAS: Trajetórias e Memórias Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng na América do Sul” anseia trabalhar aspectos relacionados às formas de apropriação e ocupação territorial destes três grupos ao longo do tempo, articulando coleções arqueológicas, etnográficas e tradição oral na perspectiva de histórias de longa duração.
Imprime-se constantemente urgência à necessidade de demarcação de terras indígenas devido ao rápido processo de crescimento econômico, sendo que esta exposição procura descortinar e dar visibilidade a outros olhares e cosmovisões. O contato com povos do velho mundo acarretou inúmeros prejuízos aos povos indígenas, acarretando, como consequência imediata, o violento processo de depopulação ou, em múltiplos casos, o genocício, a perda de grande parte do território antigamente ocupado por seus ancestrais e profunda ruptura e transformação de aspectos socioculturais.
Esta exposição, pensada e projetada de forma interdisciplinar e interétnica, envolve profissionais das áreas de Museologia, Conservação-Restauração, Design Gráfico, Pedagogia, Antropologia, Arqueologia e História, e, sobretudo, seus atores, as populações indígenas. Seus depoimentos e suas narrativas propiciarão novos olhares sobre seu modo de ser e viver, sobre sua relação com a territorialidade (terras e águas), sobre estratégias de reprodução física e cultural na cartografia territorial no transcorrer dos séculos.
A proposta expográfica almeja percorrer caminhos com auxílio de mapas, imagens de satélite, fotografias aéreas, desenhos; delinear territórios; assinalar sítios arqueológicos ; indicar áreas indígenas atualmente demarcadas e em processo de demarcação . Almeja igualmente entender os significados da apropriação destes territórios, a cosmovisão destes grupos, a toponímia derivada das línguas indígenas, os aspectos socioculturais que envolveram e envolvem suas escolhas, o que e como pensam seus atores, dar voz a seus anseios para justificar sua incessante luta pela demarcação de terras.

Integrantes: Lucas Bueno (coordenador), Dorothea Post Darella, Bruno Labrador, Lucas Lopes, Flora B. Schmidt. 

Financiamento: Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 39/2022 (Linha 3: Divulgação científica e educação museal em espaçoes cientifico-culturais).

2023 – Atual

Uma Arqueologia Entre Ilhas do Atlântico: estudo comparativo entre o povoamento da Ilha de Santa Catarina e das Ilhas Canárias.

Resumo: A proposta envolve uma colaboração de pesquisa para participação no projeto “Isolation and Evolution in Oceanic Islands: the human colonization of the Canary Islands”, coordenado pelo Dr. Jonathan Santana, da Universidad de Las Palmas de Gran Canaria.
Este é um projeto desenvolvido na área de arqueologia, que busca investigar a dinâmica de povoamento e ocupação das Ilhas Canárias.
A parceria estabelecida com o Laboratório de estudos Interdisciplinares em Arqueologia da UFSC busca criar um diálogo sobre experiências de pesquisas arqueológicas em Ilhas do Oceano Atlântico, estabelecendo comparações entre o processo de povoamento e ocupação da Ilha de Santa Catarina, que temos desenvolvido nos últimos anos, e os estudos que vem sendo realizados nas Ilhas Canárias.
A comparação dos processos de povoamento e as dinâmicas de interações estabelecidas entre pessoas, plantas, animais e paisagens em duas ilhas do Atlântico – Gran Canaria e Ilha de Santa Catarina – abre o caminho para um diálogo sobre povoamentos do Atlântico, vislumbrando a possibilidade de contribuir para construção de uma longa história do Atlântico, que articule especificidades locais e conexões globais.

Integrantes: Lucas Bueno (coordenador), Simon Pierre Gilson, Thiago Umberto Pereira.

Financiamento: Chamada Pública 12/2022 – FAPESC ABROAD – Cooperação Internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação e Convênios Bilaterais..

2022 – Atual

Rios, conexões e Movimentos:

Resumo: Esta proposta amplia o projeto “Territorialidades Ameríndias”, que vem sendo desenvolvido pela equipe do LEIA/UFSC desde 2017. Até o momento o projeto teve como foco a história de longa duração do Alto vale do Itajaí, Santa Catarina. Na atual proposta ampliamos a área de pesquisa, englobando médio e baixo vales do Itajaí, assim como adotamos novas abordagens teóricas e metodológicas. Procuramos articular diferentes porções do vale do Itajaí na construção de histórias de longa duração sobre as populações ameríndias que ocuparam, circularam e viveram ao longo deste rio, usando e manejando espécies vegetais e paisagens ao longo do Holoceno. Esta proposta contribui para a discussão sobre as interações entre litoral/interior no processo de ocupação do Brasil meridional e sua relação com a formação das paisagens florestais atuais. Com esta perspectiva criamos um diálogo entre arqueologia da paisagem, história indígena, ecologia histórica e estudos ambientais do quaternário, enfatizando a relevância da interação entre os povos ameríndios, os processos de manejo e domesticação de plantas e a constituição das paisagens florestais atuais. Os questionamentos centrais envolvem compreender como as atividades humanas passadas influenciaram na estruturação e composição das paisagens e na domesticação de plantas historicamente manejadas, como as atividades humanas atuais mantiveram, degradaram, ou amplificaram a diversidade de espécies e paisagens e como esses processos estão integrados a uma dinâmica de interações humanas entre litoral/interior que têm, no vale do Itajaí, um elemento central de ligação. Para atingir os objetivos realizaremos diversas análises orientadas para o estudo da circulação de pessoas, coisas, plantas e animais com o intuito de compreender o movimento como aspecto central na construção socioambiental do espaço. Pretendemos gerar novos dados para um velho problema, adotando abordagens inovadoras e fortalecendo pesquisas interculturais e interdisciplinares.

Integrantes: Lucas Bueno (coordenador, LEIA/UFSC), Nivaldo Peroni (coordenador, ECOHE/UFSC), Thiago Umberto Pereira, Morgan Schimidt, Bettina Denardi, Fabiana Terhaag Merencio, Lucas Bond Reis, Gabriela Oppitz, Walderes Cocta Priprá de Almeida./

Financiamento: Chamada CNPq/MC TI/FNDCT Nº 18/2021 – UNIVERSAL

2018 – Atual

BRC14 DATABASE: Datações Radiocarbônicas na arqueologia brasileira.

Resumo: O projeto “BRC14Database. Datações radiocarbônicas na arqueologia brasileira” envolve a construção e disponibilização de um banco de dados com todas as datações disponíveis atualmente para sítios arqueológicos no Brasil no período compreendido entre o final do Pleistoceno e o Holoceno Inicial. Este banco foi construído através de uma extensa pesquisa em periódicos, livros, teses e dissertações publicados nos últimos sessenta anos. Demos prioridade às datações obtidas através de análises radiocarbônicas, mas foram incluídos também resultados oriundos da utilização de outras técnicas, como termoluminescência e luminescência ópticamente estimulada, entre outros. Para cada amostra foram obtidas várias informações, dentre as quais localização precisa dos sítios e proveniência das amostras.
Atualmente contamos com quase 4.000 datas registradas, vinculadas a cerca de 1.300 sítios. Este banco de dados encontra-se disponível para acesso e consulta online (https://brc14database.com.br). A pesquisa nos dados disponíveis no site pode ser feita tanto através de consulta à planilha, quanto de mapas interativos. O site pode ser acessado em quatro línguas (português, espanhol, inglês e francês).
Este projeto tem por objetivo.

Integrantes: Lucas Bueno (coordenador), Simon Pierre Gilson (coordenador),  Bettina Denardi, Sofia Kopelke, Matheus Fedechen, Átila Perilo.

Financiamento: CNPQ (Bolsa de Produtividade em pesquisa – PQ 09/2018 e PQ 04/2021).

Site: https://brc14database.com.br/

2019 – Atual 

Fág.Tar. A força delas. Mulheres indígenas e territorialidades no passado/passado entre sociedades indígenas e tradicionais no Brasil

O intuito desta pesquisa é contribuir para uma ainda escassa reflexão sobre as práticas, seus efeitos e significados, das mulheres indígenas e de sociedades tradicionais nos processos territoriais, a partir de perspectivas interdisiplinares e colaborativas. Busca-se consolidar no âmbito desta pesquisa uma rede já existente de colaboração entre historiadoras, arqueólogas, antropólogas e mulheres indígenas e ribeirinhas, numa tentativa conjunta de compreender as práticas, os papéis e processos de identificação/reconhecimento e representação, conquistados e atribuídos às mulheres particulamente nos contextos de formação, uso manutenção e significação de seus territórios. Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizarei três abordagens metodológicas: a compilação e escrita de biografias de mulheres; análise dos dados de pesquisas etnoarqueológicas; e a sistematização de dados arqueológicos, históricos e etnográficos publicados sobre a temática relacionada às mulheres e suas relações com os processos de territorialidade. O desenvolvimento desta pesquisa, visa assim diminuir a invisibilidade da mulher nas narrativas históricas, pré-coloniais, coloniais e do tempo presente no context brasileiro, em contraposição à sua presença constante nos mitos e sua importância nas formas de organização, liderança e representação social indígena desde a conquista européia até os dias de hoje, particularmente no manejo territorial, agricultura e luta pela terra.

Coordenação: Juliana Salles Machado
Financiamento: CNPq, Chamada Universal Ciências Humanas.
Integrantes: Jozileia Daniza Kaingang (Doutorando UFSC), Walderes Coctá Priprá de Almeida (Mestrando UFSC), Lorena Garcia (UFS), Marcelo Gonzalez (Doutorando UFSC)

Site: https://fagtar.org

2019 – Atual
Pessoas no movimento: povoamento, abandono e territorialidade no processo de ocupação do Planalto Central Brasileiro
(People in the move: peopling, abandonment, and territoriality in the occupation process of Central Brazilian Plateau)
A presente pesquisa tem por objetivo discutir o processo de ocupação do Planalto Central Brasileiro a partir do estudo de sítios arqueológicos localizados no médio curso do rio Tocantins. O Planalto central Brasileiro representa a região para a qual dispomos atualmente das datas mais antigas para ocupação do leste da América do Sul e representa assim área crucial para a discussão sobre Povoamento Inicial da América do Sul. Dentre os sítios selecionados para pesquisa há evidências de ocupação desde o final do Pleistoceno, apresentando um grande potencial para contribuir para discussão sobre antiguidade e dinâmica de ocupação do interior do continente sul-americano. Para além dessa questão, há evidências de uma ocupação continuada da região ao longo do Holoceno, apesar das variações climáticas indicando ocorrência do incremento de eventos de aridez. Esse contexto se contrapõe a um modelo construído na arqueologia Brasileira que associa movimentos de abandono regional a variações climáticas relacionadas à intensificação de aridez e restrições na disponibilidade de águas superficiais. O caso do Médio Tocantins chama a atenção para a necessidade de um olhar contextual a essa dinâmica de interação entre comportamento humano e variações ambientais e à necessidade de uma complexidade nos procedimentos de articulação entre registro arqueológico e interpretação comportamental. Com este projeto pretendemos contribuir para discussões mais amplos sobre a dinâmica envolvida no processo de ocupação de áreas pouco ou não habitadas, assim como sobre a dinâmica de interação entre comportamento humano e variações ambientais. Para tanto trabalhamos com conceitos chave como tecnologia, território e territorialidade.
Coordenação: Lucas Bueno
Financiamento: The Wenner-Gren Foundation
Integrantes: Juliana Salles Machado (UFSC); Juliana Betarello (Doutora UFSC), Marcelo Gonzalez (Doutoranda UFSC), Thiago Umberto Pereira (Mestre em Arqueologia UFPel), Simon Pierre Gilson (Doutor MN/UFRJ), Ariana Silva Braga (Pesquisadora Independente), Felipe Terra (Graduando UFSC).
» Concluídos

2017 – 2022

Territorialidades Ameríndias no Alto Vale do Itajaí. Um olhar a partir da Arqueologia, da Ecologia e da Paleontologia

Resumo: Este projeto tem por objetivo discutir a história da ocupação do Alto Vale do Rio Itajaí, Santa Catarina, ao longo do Holoceno. Seu foco recai sobre as relações entre humanos e ambiente estabelecidas através da vivência das diversas populações ameríndias que ocuparam e ocupam esta região. Essa proposta se alinha teoricamente com uma série de trabalhos desenvolvidos nas terras baixas sul americanas desde a década de 1980 (Posey 2008a. 2008b; Balée 1994, 2006; Neves 2008; Clement 2014; Clement e Junqueira e Shepard 2010; Machado 2012; Machado e Peroni 2015; Reis et al 2014; Iriarte et al. 2012, 2013; Iriarte e Behling 2007; Cortelleti et al 2015; et al 2017). Estes trabalhos têm enfatizado a relevância da interação entre esses povos e o ambiente na constituição das paisagens florestais atuais, contribuindo inclusive para alta biodiversidade que caracteriza biomas como a Floresta Tropical e a Mata Atlântica. Tais pesquisas têm mostrado a importância de pensar a dinâmica desta interação, de forma não determinista e adaptativa reforçando trajetórias coevolutivas entre humanos e ambientes. Nesta pesquisa pretendemos construir um dialogo entre essas propostas e uma perspectiva que enfatiza a dinâmica desta enquanto uma vivência in situ, na qual percepção, experiência e atuação são conceitos chave de um processo permanente de construção social do espaço (Gow 1997; Ingold 2000, 2015; Tilley 1994; Zedeño e Bowser 2009). A partir desses pressupostos, entendemos o movimento (Ingold 2015) como elemento central da análise, o deslocar-se, que por sua vez experimenta e cria lugares e relações que constituem formas específicas de territorialidade (Zedeño 2008; Hierro 2005; Albert 2005). Neste sentido, definimos como objeto primeiro de estudo deste projeto: as diversas formas de territorialidade praticadas pelas populações ameríndias que ocuparam e permanecem ocupando o alto vale do rio Itajaí. Para tanto será indispensável trabalhar, ao mesmo tempo, com aspectos que caracterizam as práticas culturais e as condições ambientais do Alto Vale ao longo do Holoceno.

Integrantes: Juliana Machado (coordenadora), Lucas Bueno (coordenador), Nivaldo Peroni (coordenador), Patricia Hadler (coordenadora), Alejandra Matarrese, Laércio Brochier, Luciane Scherer, Ana Letícia Trivia, Fernando Almeida, Lucas Bond Reis, Aline Cruz, Thiago Umberto Pereira, Walderes Cocta Priprá de Almeida, Francisco Abrahão Gonzaga, Letícia Mokva, Fabiana Terhaag Merencio, Gabriela Oppitz, Carolina Levis.

Financiamento: Edital Elisabete Anderle 2017/Fundação Catarinense de Cultura (FCC/SC) e CNPq Universal.

Site: http://territorialidadesamerindias.ufsc.br/

2016 – 2018

“No tempo do mato”: uma etnoarqueologia da territorialidade

Resumo: Pos-Doutorado PNPD/CAPES/MAE/USP O intuito desta pesquisa é construir uma compreensão integrada entre o saber-fazer particular da população indígena Laklãnõ Xokleng e a história socio-ambiental desta região do vale do Itajaí, tomando como foco analítico as percepções, concepções e uso dos espaços no passado e no presente. Trata-se, pois, de uma pesquisa focada nos aspectos sincrônicos e diacrônicos, nas continuidades e descontinuidades culturais, enfatizando-se questões relacionadas aos impactos da colonização na região e as interfaces entre aspectos etnológicos, históricos, ecológicos e arqueológicos.

Integrantes: Juliana Salles Machado (coordenadora).

Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Bolsa.


2016 – 2018

Arqueologia, história do clima e conhecimentos etnoclimáticos em áreas costeiras do Brasil e América do Sul

Resumo: A pesquisa em questão visa propiciar conhecimentos relacionados à diversidade das interações existentes entre sociedades humanas e o clima, inserindo o tema de mudanças climáticas como eixo norteador. O propósito central é analisar o uso e a interpretação de dados climáticos na Arqueologia Brasileira e Sulamericana, tendo por base empírica estudos paleoambientais, geoarqueológicos e etnoclimatólógicos realizados em três compartimentos ambientais da costa brasileira. A delimitação geográfica se volta para zonas costeiras no Paraná, Santa Catarina e Ceará, e que congregam informações arqueológicas e etnográficas e que permitam diálogos sobre as modificações no clima e na paisagem e suas relações com as coletividades humanas pretéritas e atuais. Sugere-se que os ?cenários? paleoclimáticos e de ocupação até o momento desenvolvidos para a costa brasileira compõem modelos ainda pouco compatíveis com a dinâmica e a complexidade das interações ambientais e humanas nessas áreas. São pretendidos dois direcionamentos de estudos, um com base no conhecimento das ciências naturais e que incorpora análises de indicadores paleoambientais e geoarqueológicos nas interfaces de zonas costeiras e serranas; e outro, da incorporação de saberes etnoclimáticos e etnoecológicos relacionados a grupos tradicionais e indígenas ocupantes da costa atlântica e pacífico andina. A proposta aborda ainda, a identificação e registro dos contextos arqueológicos sujeitos aos possíveis impactos decorrentes de mudanças climáticas nas zonas costeiras e serranas do sul-sudeste do Brasil, possibilitando análises sobre a vulnerabilidade do patrimônio arqueológico, histórico e cultural. O recorte investigativo relaciona três macrocompartimentos ambientais com grande incidência de sítios arqueológicos, a saber: os complexos estuarino-lagunares das baias de Paranaguá e Guaratuba, no litoral do Paraná; o sistema de ilhas e costões rochosos entremeados por planícies flúvio-marinhas do Litoral Central de Santa Catarina e; os ambientes de dinâmica predominantemente eólica, vinculada a costa Cearense. Nessas áreas também serão realizados levantamentos que articulam informações etnográficas e estudos etnoclimáticos, destacando-se os saberes tradicionais das comunidades caiçaras no Paraná e São Paulo, de grupos pescadores-horticultores de raiz açoriana em Santa Catarina, e dos pescadores jangadeiros no Ceará. Como abordagem analítica e comparativa, serão investigados dados sobre a arqueologia, estudos paleoclimáticos e etnoclimatológicos na costa central pacífico-andina, de modo a envolver a extensa produção bibliográfica gerada até o momento no contexto da América do Sul.. 

Integrantes: Laércio Loiola Brochier (pós-doutorando), Lucas Bueno (supervisor).

Financiamento:


2016 – 2018

Ocupação Humana dos Povos Jê no Alto Vale do Itajaí, SC

Resumo: Nesta pesquisa tem como objetivo a compreensão das formas de uso e transformação do território na longa duração, dialogando com os saberes e fazeres compartilhados pela população indígena Laklãnõ Xokleng moradores da Terra Indígena Laklãnõ Ibirama na região do Alto Vale do Itajaí e o conhecimento produzido sobre a população Jê meridionais em períodos pré-coloniais. A problemática inicial desta pesquisa baseia-se na interlocução entre a experiência etnoarqueológica entre a população Laklãnõ Xokleng desenvolvida por Machado (2012, 2014, 2015) e uma abordagem a partir da tecnologia lítica, em especial os artefatos de abrasão e pisoteados, pouco enfatizados nos estudos arqueológicos se comparados a outros artefatos líticos tais como os produzidos por lascamento (núcleos, ferramentas e refugos). O intuito deste projeto é construir uma compreensão integrada entre o saber-fazer particular da população indígena Laklãnõ Xokleng e a história socio-ambiental desta região do Vale do Itajaí, tomando como foco analítico saberes indígenas associados a vestígios arqueológicos, especialmente os artefatos de abrasão e pisoteados.
Neste projeto está previsto o levantamento e análise bibliográfica e documental relativo à problemática da área de estudo, assim como a analise das coleções do Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE/UFSC) oriundas da terra indígena e entorno, utilizando as orientações metodológicas propostas por Babot (2004), Adams (2002) e Matarrese (2015). O que será feito em paralelo com as análises comparativas com saberes indígenas associados aos vestígios arqueológicos, especialmente os artefatos de abrasão e pisoteados presentes no Trabalho de Conclusão de curso de Copacam Tschucambang (2015). Este projeto se insere numa pesquisa mais ampla (Machado 2016) sendo, portanto parte integrante deste plano de trabalho a participação em um levantamento inicial dos sítios arqueológicos previamente identificados (ver Machado 2015) a escavação arqueológica de um sítio. Apos a etapa de campo, será realizada a análise dos dados coletados conjuntamente com uma equipe interdisciplinar e os resultados apresentados no relatório de pesquisa.

Integrantes: Alejandra Beatriz Matarrese (pós-doutoranda PPGH/UFSC).


2015 – 2018

Ocupando a Paisagem e Construindo Territórios: dispersão e diversificação no processo de povoamento do Planalto central Brasileiro

Resumo: 

Integrantes: Lucas Bueno (coordenador).

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.


2015 – 2019

Povoamento Inicial da América visto a partir do contexto arqueológico brasileiro

Resumo: O projeto “Povoamento Inicial da América visto a partir do contexto arqueológico brasileiro” envolve uma cooperação científica entre uma instituição francesa e quatro instituições brasileiras de ensino e pesquisa. Pelo lado Francês integram essa proposta o Museun National d?Histoire Naturelle (MNHN) e o Museé Del?Homme. Pelo lado brasileiro a Universidade Federal de Santa Catarina, através do Programa de Pós-Graduação em História, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também com o Programa de Pós-Graduação em História, a Universidade Federal de Minas Gerais, através do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia e a Universidade Federal do Oeste do Pará, através do Curso de Graduação em Arqueologia. O estudo do processo de povoamento incial da América do Sul e, em especial, do contexto arqueológico brasileiro, tem sido construído ao longo de dois séculos a partir de diversas pesquisas, dentre as quais figuram especialmente Missões de pesquisa Francesas. Estas Missões têm gerado uma grande quantidade de dados e desempenhado um papel importante na formação de arqueólogos no Brasil. Nas últimas décadas, convênios entre instituições brasileiras e francesas relacionados a pesquisas sobre este tema têm sido realizados em diversas parte do país, como por exemplo, São Paulo (Universidade de São Paulo), Minas Gerais (Universidade Federal de Minas Gerais) e Pernambuco (Universidade Federal de Pernambuco). Ao mesmo tempo, há na arqueologia brasileira um amadurecimento das discussões relativas ao processo de povoamento inicial da América. Isso faz com que tenhamos na Arqueologia Brasileira atualmente um conjunto de dados significativos e propostas teórico-metodológicas diversas para lidar com o tema do povoamento inicial das terras baixas sul americanas. Nesse sentido, nossa proposta procura ao mesmo tempo reunir esses dados, construindo uma síntese do estado atual das pesquisas, e desenvolver uma reflexão a respeito do processo de construção do conhecimento atualmente disponível, conferindo especial atenção ao papel das missões francesas nessa construção. Aliado a estes dois temas, um terceiro ponto a ser desenvolvido no âmbito deste projeto envolve uma reflexão sobre as orientações metodológicas empregradas no estudo do processo de povoamento inicial da América que, muitas vezes, tem sido polarizada em torno de uma perspectiva francesa versus uma perspectiva norte-americana. Nosso intuito, neste caso, é desconstruir essa oposição, evidenciando o caráter histórico e político que a sustenta e, ao mesmo tempo, apresentar uma proposta que conjugue as principais diretrizes apresentadas por pesquisadores franceses e norte-americanos, enfatizando a possibilidade de complementaridade entre ambas. Com base nesses dados pretendemos construir um modelo arqueológico para período relativo ao fim do Pleistoceno e início do Holoceno que incorpore a discussão a respeito dos processos envolvidos na dinâmica de ocupação de locais pouco ou ainda não habitados, explorando os mecanismos de decisão que envolvem os movimentos de migração e os processos de reprodução e manutenção dos grupos humanos que sustentam e viabilizam esses deslocamentos, tal como tem sido desenvolvido para outras regiões do continente.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (Coordenador), Andrei Isnardis, Adriana Dias, Agueda Vilhena Vialou, Denis Vialou, Claide P. Moraes, Antoine Lourdeau, Marylène Pathou-Mathis.


2014 – 2018

Arqueologia do Litoral Central de Santa Catarina

Resumo: De acordo com as pesquisas até hoje realizadas na ilha e adjacências há evidências que apontam para ocupação dessa região a partir do Holoceno Médio. As primeiras evidências relacionam-se a ocupação sambaquieira que se estende até o Holoceno Recente. No final do período relacionado à construção e ocupação dos sambaquis surgem as primeiras evidências que apontam para uma ocupação possivelmente vinculada à populações Jê, marcada no registro arqueológico pela presença de cerâmica Itararé em sítios cujo substrato é composto, assim como nos sambaquis, por grande quantidade de conchas e vestígios faunísticos. A ocupação Guarani corresponde ao período para o qual dispomos ainda de poucas informações, mas segundo uma das datas disponíveis ela teria se iniciado por volta do ano 1000 de nossa Era. Esta é, de forma muito sintética, a sequência crono-cultural que dispomos atualmente para discussão da dinãmica de ocupação da Ilha de Santa Catarina durante o longo período que antecede a invasão européia a partir do século XVI. Assim como em diversos partes do Brasil a História desse longo período é compartimentada, sub-dividida e, muitas vezes estudada de forma individualizada, dificultando a compreensão da dinâmica de interação entre as populações humanas que ocuparam esse local e construíram, a partir de sua interação, a paisagem encontrada pelos espanhóis e portugueses que aí aportaram no século XVI. Com este projeto pretendemos contribuir para esta discussão olhando para estas três ocupações da ilha não como eventos sequenciais/lineares , mas como formas distintas de interação com as paisagens do litoral central de SC, que se entrecruzam no tempo e se definem a partir dessa interação. Nosso objetivo é discutir as possíveis conexões entre essas ocupações, enfocando não só continuidades e rupturas, mas também a dinâmica envolvida durante uma sincronicidade na ocupação da Ilha de Santa Catarina por esse três conjuntos culturais distintos.

Integrantes: Lucas Bueno (coord.), Lucas Bond Reis, Isabela da Silva Müller, Bruno Jorge Bee, Gabriela Oppitz, Beatriz Regina Mendes.

Financiamento: CNPq.


2014 – 2018

O Contexto Jê Meridional em Alfredo Wagner/SC

Resumo: Produzir conhecimento acerca da ocupação pré-colonial da área central da encosta da serra catarinense, onde se situa o município de Alfredo Wagner, através do levantamento e da escavação de diferentes tipos de sítios arqueológicos possivelmente associados à um mesmo sistema de ocupação Jê meridional

Integrantes: Lucas Bueno (coord.), Lucas Bond Reis, Thiago Umberto Pereira, Fernando Silva de Almeida, Leticia da Silva Gondim, Stela Schenato, Isabela da Silva Müller, Bruno Jorge Bee, Milene da Silva Felix.

2012 – 2015

Arqueologia na Terra Indígena Xokleng: Território e Memória

Resumo: O presente projeto visa entender a trajetória histórica da formação do território Xokleng em Santa Catarina. Os Xokleng são povos indígenas de matriz cultural Macro-Jê e falantes de uma língua da família Jê, cuja origem é atribuída ao centro-oeste do Brasil (Maybury-Lewis 1979, Urban 1992, Noelli 1999-2000). Arqueologicamente, contudo, as populações indígenas Kaingang e Xokleng são indiferenciadas, sendo conjuntamente sendo chamadas de Jê do sul. Não obstante serem reconhecidamente dois povos distintos linguistica, biológica e culturalmente (Noelli 1999-2000:240-241). Atualmente os Xokleng habitam duas terras indígenas, a T.I. Ibirama-La Klãnõ e a T.I. Rio dos Pardos, ambas situadas no estado de Santa Catarina no bioma da mata atlântica. A pesquisa arqueológica voltada para o entendimento da trajetória histórica da formação de territórios de populações tradicionais praticada de forma colaborativa têm se mostrado como uma importante ferramenta na construção de discursos multivocais, permitindo assim a formação e a incorporação de distintas noções de tempo, espaço, história e memória. Sua realização nos oferece uma oportunidade ímpar na formação de noções mais inclusivas acerca do que é patrimônio cultural e de como ele pode ser vivenciado, preservado, usufruído e gerenciado. O projeto Arqueologia na T.I Xokleng se insere numa corrente teórico-metodológica atual na arqueologia internacional e tem o potencial de contribuir tanto para o aprofundamento do conhecimento acerca das populações indígenas pré-coloniais do sul do país (atualmente identificados como Jê do sul) como para a construção de visões alternativas acerca do patrimônio arqueológico, suas formas de identificação, preservação, fruição e interpretação.

Integrantes: Juliana Salles Machado (coord.), Lucas de Melo Reis Bueno, Fabíola Andréa da Silva, Lucas Bond Reis, Copacãm Tschucanbang, Venhacam Divas Camlem.

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Apoio: Museu de Arqueologia e Etnologia (MARquE/UFSC) e Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/USP).


2012 – 2015

Florianópolis Arqueológica

Resumo: O projeto “Florianópolis Arqueológica” visa produzir conhecimento sobre o processo de ocupação da Ilha de Santa Catarina e do continente próximo, contribuir para a formação dos alunos de graduação e pós-graduação da UFSC por meio da escavação de sítios e, ainda, promover ações relacionadas à preservação e divulgação do Patrimônio Arqueológico de Florianópolis. Para isso, o projeto prevê a realização de um levantamento bibliográfico dos sítios arqueológicos do município, seguido de visita, avaliação e recadastramento destes sítios. O levantamento foi feito a partir de pesquisa no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA/IPHAN), em publicações acadêmicas e relatórios de impacto ambiental, apresentando um panorama geral das pesquisas realizadas e informando dados como nome do sítio, tipo, descrição sumária, localização e estado de preservação/conservação. Os dados levantados foram inter-relacionados – tomando-se os sítios cadastrados no CNSA/IPHAN como base –, a fim de evitar repetições nas informações e produzir novos conhecimentos sobre o assunto. O levantamento superou as informações existentes, haja vista a identificação de cerca de 220 sítios na capital catarinense e a recuperação de alguns dados que estavam ausentes ou incompletos no CNSA, que conta com apenas 146 sítios registrados. Além do reconhecimento da necessidade de uma atualização do CNSA/IPHAN relativa à quantidade de sítios cadastrados, o levantamento apontou incongruências terminológicas que dificultam o estabelecimento de diálogo e inteligibilidade entre os pesquisadores. Os principais problemas observados foram: um mesmo sítio com nomes e siglas diferentes; sítios distintos com o mesmo nome ou com nomes muito parecidos; um mesmo sítio descrito e classificado em categorias tipológicas diferentes; um mesmo sítio com vários estados de conservação, entre outros. Por fim, foram elaborados alguns parâmetros visando não repetir os erros observados e sistematizar as informações existentes, o qual apresenta uma maior padronização da nomenclatura, classificação e caracterização dos sítios e visa auxiliar no processo de interpretação do registro arqueológico de Florianópolis. Tais parâmetros serão utilizados nas próximas etapas do projeto, que compreende a visita, avaliação e recadastramento dos sítios locais.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (coord.), Fernanda Codevilla Soares, Gabriela Oppitz, Isabela da Silva Müller, Andressa de Lima, Karel Jockyman, Lucas Bond Reis, Bruno Jorge Bee, Beatriz Regina Mendes, Jefferson Garcia, Thiago Umberto Pereira.

Financiamento: Chamada MCTI /CNPq /MEC/CAPES Nº 18/2012 – Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas; Convênio IPHAN/SC.

Site: https://floripaarqueologica.com.br/

Livro:  Florianópolis arqueológica (e-book) Bueno, Lucas de Melo Reis; Reis, Lucas Bond (orgs). Editora da UFSC (2021)


2014 – 2015

Arqueologia nas Escolas: Educação e Preservação do Patrimônio Arqueológico em Florianópolis

Resumo: “Arqueologia nas Escolas” faz parte do projeto Florianópolis Arqueológica, este que visa produzir dados que subsidiem a proteção e a gestão do patrimônio arqueológico municipal a partir uma série de ações, tais como: pesquisa bibliográfica, levantamento em campo, escavação de sítios e ações de ensino. O Projeto consiste na realização de oficinas voltadas para a divulgação da Arqueologia como campo de saber cientifico, bem como à preservação do patrimônio arqueológico de Florianópolis para escolas da rede municipal de ensino. O intuito do projeto é divulgar a Arqueologia de Florianópolis, sua história e seu patrimônio, que vem sofrendo degradação com o crescimento urbano da cidade. Os sítios arqueológicos em Florianópolis estão presentes no cotidiano dos moradores, fazem parte da paisagem e do turismo. Abordando esse assunto esperamos despertar o interesse dos alunos e da comunidade local para a importância de preservar e conhecer a história da cidade. No decorrer das oficinas desenvolvemos materiais de divulgação, como, vídeos explicativos e uma coleção didática. O projeto tem trabalhado em parceria com a Escola Básica Municipal Antonio Paschoal Apóstolo, localizada no bairro do Rio Vermelho, onde em 2014 oferecemos 3 oficinas para uma turma do 4º ano e no segundo semestre de 2015 realizaremos outras três oficinas; e também na Escola Dom José Jacinto Cardoso, localizada no bairro Serrinha.

Integrantes: Lucas Bueno (coord.), Stela Schenato, Leticia da Silva Gondim, Isabela da Silva Müller, Patricia Fontana.

Financiamento: PROEXT/UFSC.


2012 – 2014

Divulgando a Arqueologia: uma ação integrada entre o Acervo Arqueológico do Museu Universitário,  a criação de coleções didáticas e a arqueologia experimental

Resumo: O presente projeto tem por objetivo desenvolver atividades de extensão relacionadas à divulgação da Arqueologia. Estas atividades envolvem diferentes esferas de produção e disponibilização do conhecimento, atingindo diferentes tipos de público. A atividade de base, fundamental e indispensável, voltada para preservação e divulgação do Patrimônio Arqueológico de Santa Catarina envolve a organização do acervo arqueológico do Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral. A realização dessa atividade representa um aspecto crucial no desenvolvimento de propostas voltadas para divulgação do acervo e extroversão do conhecimento produzido através de seu estudo. Tal atividade será realizada através de uma parceria entre o recém-criado Laboatório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia do Departamento de História e o Museu Universitário. Essa parceria procura integrar interesses mútuos relativos ao Patrimônio Arqueológico de Santa Catarina e o desenvolvimento de atividades de extensão por parte de alunos de graduação vinculados a diferentes cursos da UFSC. Com base nas características das coleções integrantes do acervo arqueológico da instituição pretendemos elaborar duas coleções didáticas que atinjam diferentes públicos e objetivos, viabilizando assim o acesso ao conteúdo do acervo. Ambas as coleções estão voltadas, de um modo geral, para familiarizar o público com as principais categorias de vestígio encontradas em sítios arqueológicos do Estado de Santa Catarina. Para esse objetivo as coleções deverão conter ao menos um exemplar das principais categorias de vestígio encontradas tanto em sítios pré-históricos quanto em sítios históricos. Uma das coleções terá como publico alvo estudantes de graduação, docentes e pesquisadores, podendo ser disponibilizada para utilização em sala de aula, palestras e demais atividades de ensino na Universidade Federal de Santa Catarina. A particularidade desta coleção será a inclusão de categorias de vestígio mais diversas, que tragam informações mais detalhadas sobre aspectos como tecnologia de produção, marcas de utilização, paleopatologias, entre outros aspectos. A segunda coleção, destinada a um público mais amplo, será composta por exemplares das principais categorias de vestígio encontradas nos sítios arqueológico do Estado e deverá ficar disponível no Museu Universitário para consulta por interessados em geral, podendo eventualmente e sob coordenação da equipe do Museu ser deslocada para fins didáticos em áreas externas às dependências do Museu.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (coord.), Isabela da Silva Müller (bolsista), Osmar José Nenevê (bolsista), Roberta Porto Marques (bolsista), Stela Schenato (bolsista), Andressa de Lima, Anelise Vaz Kaminski, Bianca Francini Andrade, Bruna Michels, Bruno Jorge Bee, Fernanda Codevilla Soares, Gabriela Oppitz, Marcel Silva, Romeine Kayra Castanha da Rocha.

Financiamento: Edital PROBOLSAS 2012, Edital PROBOLSAS 2013.


2012 – 2014

A variabilidade tecnológica dos conjuntos líticos nos sambaquis de Santa Catarina e o processo de ocupação da costa meridional brasileira no Holoceno Médio

Resumo: O presente projeto está orientado para análise e discussão da variabilidade tecnológica dos conjuntos líticos oriundos de sambaquis localizados em diferentes regiões do Estado de Santa Catarina. Pretendemos realizar uma análise do conjunto geral dos vestígios líticos de diferentes sambaquis já escavados em diferentes regiões do Estado e disponíveis em coleções acondicionadas no Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral, gerando parâmetros qualitativos e quantitativos para estabelecer comparações sincrônicas e diacrônicas que nos permitam investigar a existência de variações estilísticas possivelmente relacionadas a questões de Identidade e Território. Neste sentido, essa proposta trabalhará com os conceitos de organização tecnológica, performance e características de performance, seguindo propostas da Antropologia da Tecnologia, segundo a qual as escolhas efetuadas ao longo de toda a cadeia de produção, utilização, circulação e descarte, estão imbuídas simultaneamente de razões práticas e simbólicas, constituindo ao mesmo tempo um índice de adaptabilidade e etnicidade. A realização desse projeto contribuirá também para consolidação da parceria entre o Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia, recentemente criado no Departamento de História e o Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral. Tal parceria é um passo fundamental para integração das atividades de ensino e pesquisa na área de Arqueologia da UFSC.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (coord.), Andressa de Lima (bolsista PIBIC/CNPq).

Financiamento: Edital 003/2011, FUNPESQUISA 2012


2012 – 2014

 O Doméstico e o Bélico: Análise Arqueológica da Cultura Material das Fortificações Catarinenses

Resumo: As fortificações catarinenses começaram a ser construídas a partir de 1739, por José da Silva Paes, engenheiro militar e primeiro governador de Santa Catarina. Os principais motivos para a edificação das fortificações foram demarcar o domínio português no Brasil Meridional, impedindo a invasão espanhola no sul do país, protegendo a Colônia de Sacramento fundada em 1680 e garantindo o acesso ao Rio da Prata. Ao longo do século XVIII foram edificadas mais de 10 fortificações (entre fortalezas, fortes ou baterias), são elas: Santa Cruz do Anhatomirim, São José da Ponta Grossa, Santo Antônio de Ratones, Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, São Francisco Xavier, Santana, São Caetano, São Luís e Santa Barbara. Oito foram restauradas, revitalizadas e transformadas em pontos de atração turística da Grande Florianópolis. Entre as fortificações preservadas, cinco passaram por intervenções arqueológicas: Santa Cruz do Anhatomirim, São José da Ponta Grossa, Santo Antônio de Ratones, Santana e Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba. O projeto em tela prevê a análise dos vestígios materiais recuperados nas escavações realizadas nesses sítios e a sistematização da documentação produzida em campo, salvaguardadas no Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral da Universidade Federal de Santa Catarina (MARquE – UFSC). O material recuperado em campo constitui-se de fragmentos de cerâmica, faiança, porcelana, grès, vidros, ossos, metais e outros, classificados, na sua maioria, como artefatos domésticos e militares, de uso cotidiano e bélico, dos séculos XVIII, XIX e XX, com destaque para: louças, talheres, taças, garrafas, vidros de perfumes, vidros de remédio, escovas de dente de ossos, fragmentos de vestuário (botões, presilhas, fivelas), moedas, restos de alimentação, munição de variados calibres, balas de canhão e outros ainda em processo de identificação. Entre a documentação produzida na pesquisa de campo constam diários, croquis/plantas e fichas de escavação e na pesquisa de laboratório constam registros de análise do material, além de projetos e relatórios de pesquisa. As pesquisas arqueológicas das fortificações catarinenses revelam-se como um campo de estudo potencial sobre a ocupação do litoral, e mais especificamente da Ilha de Santa Catarina. Apesar de ter sido um tema debatido pela arqueologia brasileira nas décadas de 1980 e 1990, ainda existem dados para serem desvendados relativos à cultura material resgatadas nesses sítios, com enfoques voltados para uma análise contextual e para a interpretação dos significados dos artefatos recolhidos em campo, bem como, das práticas culturais dos grupos sociais que ocuparam esses sítios. O projeto pretende a análise do material, a realização de uma exposição com os materiais mais significativos do acervo e a publicação de um livro com os resultados da pesquisa.

Integrantes: Fernanda Codevilla Soares (coord.), Angelo Renato Biléssimo, Gabriela Oppitz, Isabela da Silva Müller, Lucas Bond Reis, Lucas de Melo Reis Bueno, Luciane Zanenga Scherer, Angela Sabrine Salvador.

Financiamento: Chamada pública FAPESC nº 04/2012, Edital Universal, Termo de Outorga nº TR 20120000025, Processo nº FAPESC3520/2012; Edital 002/2012 – PROCULTURA / SECULT.


2012 − 2013

A Arqueologia nos Estudos de Impacto Ambiental do Estado de Santa Catarina

Resumo: A arqueologia tem crescido de forma vertiginosa nos últimos 10 anos no Brasil. Esse crescimento está diretamente associado com o incremento das atividades relacionadas aos Estudos de Impacto Ambiental, os quais tem gerado uma demanda crescente com relação à mão-de-obra qualificada para execução desse serviço. Apesar do surgimento de novos cursos de graduação em Arqueologia em várias regiões do país, estes não tem suprido a demanda atual por arqueólogos no mercado, principalmente em termos de mão-de-obra devidamente qualificada. Em função dessa situação parte dos trabalhos de arqueologia vinculados aos Estudos de Impacto Ambiental têm sido realizados por profissionais inexperientes ou com formações estritamente técnicas, acarretando em sérios problemas com relação ao conhecimento produzido e às ações direcionadas para preservação do Patrimônio Arqueológico no Brasil. Esta situação se agrava tendo em vista que boa parte dos resultados destes trabalhos não está disponível ao público, ficando restrita aos relatórios depositados nas sub-regionais do IPHAN. Nesse contexto a Arqueologia Brasileira vem enfrentando problemas cruciais: garantir uma formação adequada a jovens arqueólogos, que atenda tanto as demandas de mercado quanto parâmetros de excelência definidos pela atividade acadêmica; rapidez e agilidade na formação dessa mão-de-obra qualificada, de forma a suprir uma demanda crescente; garantir meios para que as informações geradas pelos relatórios de Estudos de Impacto Ambiental possam ser avaliados pela comunidade de arqueólogos; criar meios de avaliação dos trabalhos e relatórios de impacto ambiental; tornar publico o conhecimento produzido no âmbito desses projetos; utilizar os dados disponíveis nesse tipo de fonte para atualizar o conhecimento acerca do contexto arqueológico brasileiro e fundamentar o desenvolvimento de ações concretas com relação à preservação do patrimônio arqueológico. De forma a contribuir para a discussão dessas questões este projeto visa a realização de um amplo levantamento dos relatórios de arqueologia que têm sido produzidos pelos Estudos de Impacto Ambiental no Estado de Santa Catarina nos últimos 10 anos. Para sua realização será elaborada uma ficha de leitura dos relatórios que destaque pontos principais relativos à metodologia utilizada em campo e laboratório, às ações propostas e realizadas com relação à guarda e preservação do patrimônio, assim como às atividades propostas para inclusão das comunidades locais na produção e extroversão do conhecimento. Com esse projeto pretendemos criar subsídios para elaborar dois produtos distintos e complementares: 1) atualização dos dados referentes ao contexto arqueológico de Santa Catarina, com elaboração de mapas indicando a localização dos sítios arqueológicos já identificados e, na medida do possível, sua distribuição cronológica (o que dependerá da disponibilidade de datações absolutas obtidas e divulgadas nos relatórios analisados); 2) Definição de critérios objetivos para uma discussão crítica com relação a Arqueologia de Contrato realizada no Estado de Santa Catarina. Esse projeto será realizado em parceria com o IPHAN, sub-regional de Santa Catarina, onde todos os relatórios se encontram depositados.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (coord.), Beatriz Regina Mendes (bolsista).

Financiamento: EDITAL Nº 010/PRAE/2011



2011 – 2011

Peopling the South American Inland: routes, chronology and cultural diversity

Resumo:  The Peopling of the Americas started with the occupation and transformation of a landscape previously not inhabited by humans. The first migrants arrived in a land that was never occupied before. There was a whole continent to occupy, new lands to be discovered and new decisions and choices to be made. But first of all, they needed to learn, to map this landscape with their previous knowledge, looking for places and references that they could recognize to situate themselves in this new world, attaching them to this landscape and constructing territories. In this project I am concerned with this initial period of entrance, dispersal and cultural diversification in the peopling of eastern South America. What were the initial routes that were chosen for this first entrance, how many episodes of entrance and what choices did these first inhabitants make in terms of technology, subsistence and modes of displacement. The aim of this proposal is to discuss the process of the peopling of South American Inlands using two sets of related data: a bibliographical review of eastern South America, focusing on Brazilian archaeological context and case studies from two areas in central Brazil – Lajeado, TO, and Jangada, MT.

Integrantes: Agueda Vilhena Vialou, Denis Vialou e Lucas de Melo Reis Bueno (coord.).

Financiamento: Fondation Maison Sciences de l’Homme (Bolsa).


2010 – 2013

Tecnologia e Território: dispersão e diversificação no povoamento do Planalto Central Brasileiro

Resumo: O projeto “Tecnologia e Território: dispersão e diversificação no povoamento do Planalto Central Brasileiro” apresenta uma solicitação de Auxílio Pesquisa, cuja proposta é discutir o processo de ocupação do Planalto Central Brasileiro entre o final do Pleistoceno e o Holoceno Médio. Para encaminhar essa discussão selecionamos duas questões:a) antiguidade e diversificação do processo de ocupação da região e b) ruptura e regionalização entre o Holoceno Inicial e Médio.  A fim de abordar tais questões integramos duas linhas de atuação: a) trabalhos de campo na região do Lajeado, médio rio Tocantins, para a qual dispomos de uma sequência de datas consistentes para o Holoceno Inicial e Médio; b) uma comparação quantitativa entre conjuntos líticos da região do Lajeado e de outras áreas chave para compreensão da abrangência, significado e variabilidade relativa ao processo de ocupação do Planalto Central. Para encaminhar essas atividades um aspecto fundamental deste enfoque envolve a caracterização das diferentes etapas do processo de apropriação de cada tipo de matéria prima lítica, desde sua obtenção, produção, circulação, uso e descarte. O objetivo desta proposta é compreender as escolhas efetuadas no processo de apropriação e gestão das matérias primas líticas com base nos pressupostos da Teoria do Design, para a qual a forma dos artefatos é decorrente de escolhas efetuadas pelo artesão em função das características de performance selecionadas. Com essa perspectiva pretendemos trazer para o foco do debate a questão da compreensão das escolhas culturais efetuadas pelos diferentes grupos que habitaram essa região como principal elemento para discutir identificação e caracterização de fronteiras culturais/sociais a partir do registro arqueológico.

Integrantes: Lucas de Melo Reis Bueno (coord.), Julia Berra, Myrtle Shock.

Financiamento: CNPq – Edital Universal, 2010.

 

2010 – 2010

Occupying the landscape and constructing territories: dispersion and diversification in the process of peopling of the Americas from a Brazilian context

Resumo: To accomplish this objective dialog with professionals at the Institute of Archaeology is an essential step since similar models have already been made and applied in other regions of America for the study of the same process. The knowledge of the methodology involved and the debate on human behavior and the formation and diversification of territories are fundamental to anchor this discussion on a solid base. In this sense, my permanence in the Institute has as its main goal an alignment of this dialogue to the sharing of solid theoretical starting point. In practical terms, we intend to bring new data to be analyzed according to appropriate and already applied methods (Steele et al 1995, 1998) for the construction of models about peopling and dispersion of human groups in different regions and periods. The aim of this proposal is to discuss the process of the peopling of the Americas using two sets of related data: a bibliographical review of Brazilian archaeology and case studies from two areas in central Brazil. Despite its great potential this issue is still poorly explored. Attempting to fill this gap, this research was developed as a contribution to the study of population dispersals within Brazil and the decision making involved in the settlement of new territories.

Integrantes: James Steele, Lucas de Melo Reis Bueno (coord.).

Financiamento: Institute of Archaeology UCL.