Tópico Especial – Arqueologia Brasileira (HST 5932) 2020-1
PROGRAMA DE DISCIPLINA
DISCIPLINA: Tópico Especial – Arqueologia Brasileira
CÓDIGO: HST 5932
Nº DE CRÉDITOS: 04 – 72 horas-aula
Horário: 6ª.feira, 18:20
Plantão: 5ª.feira, 14:00-16:00, 6ª., 9:00-11:00 – LEIA/UFSC
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- EMENTA
O curso está voltado para uma discussão sobre a formação e a área de atuação da arqueologia no Brasil. Serão tratados temas como a História da disciplina no Brasil e seus fundamentos teóricos e metodológicos, a relação entre Arqueologia e História Indígena, o processo de povoamento da América e a constituição de territórios e da diversidade cultural das sociedades ameríndias. Ao longo do curso daremos ênfase ao processo de ocupação do Brasil no período pré-colonial, discutindo a relação entre variabilidade cultural e transformações ambientais ao longo do Holoceno nas terras baixas sul-americanas. Assumindo a relação entre Arqueologia e História Indígena, a proposta do curso inclui estudar as trajetórias históricas dos grupos indígenas no Brasil, enfatizando processos de continuidade e mudança decorrentes do contato com a sociedade européia. Além de aulas expositivas prevemos a realização de saídas de campo e visitas a exposições de arqueologia.
- CONTEÚDO
- Arqueologia como História Indígena
- História da Arqueologia no Brasil
- Entrada, Dispersão e povoamento da América
- Diversidade Cultural nas sociedades Ameríndias
- A ocupação do Litoral Atlântico
- Sociedades amazônicas
- As grandes aldeias do Brasil Central
- Arqueologia e História Indígena no Sul do Brasil
- Dinâmicas de encontros e desencontros
- AVALIAÇÃO.
- Resenha crítica
Serão solicitadas duas resenhas críticas sobre temas definidos no programa, as quais poderão valer até 0,5 ponto cada, somando até 1,0 ponto na média final;
- Trabalho
Será realizado um trabalho na forma de artigo sobre tema definido no programa. O trabalho poderá ser elaborado em grupos de até duas pessoas.
- Prova
Será realizada uma prova em sala de aula durante o semestre;
- Média Final
A média final será definida pela média simples do trabalho e da prova, somada a pontuação obtida com as resenhas.
- RECUPERAÇÃO
- Deverá realizar uma prova de recuperação o(a) aluno(a) que obtiver freqüência suficiente e média final maior que 2,0 e menor do que 6,0;
- A nota final da disciplina será definida pela média simples entre a média final e a nota obtida na prova de recuperação;
06/03
- Apresentação Programa
Arqueologia como História Indígena
Obrigatório
Krenak, A. 1992 Antes o mundo não existia. Novaes, A. (Org.) Tempo e História. Edusp, São Paulo.
Complementares
URBAN, G. 1992.A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. In: Cunha, M.C. (Org.) História dos Índios no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras. P.87-102
13/03
- História da Arqueologia no Brasil
Obrigatório
BARRETO, C. 1999/2000. A construção de um passado pré-colonial: uma breve história da Arqueologia no Brasil. Revista USP, n.44: 32-51.Complementar
Complementar
NEVES, E.. Existe algo que se possa chamar de “arqueologia brasileira”? Estudos Avançados 29 (83), 2015: 7-17
SILVA, F. 2011. Arqueologia como tradução do passado no presente. Amazônica 2(2): 260-267
20/03
- Arqueologias no Brasil: Arqueologia Pública, Arqueologia de Contrato e Arqueologia Indígena 20/03
ALMEIDA, M. B. 2003. O publico e o patrimônio arqueológico: reflexões para a arqueologia pública no Brasil. Habitus, v. 1, n. 2.Complementar
Complementar
GNNECO, C. E DIAS, A. 2015. Sobre a arqueologia de contrato. Revista de Arqueologia v.28 (2):03-19
Bezerra, M. 2008 Bicho de nove cabeças: os cursos de graduação e a formação dos arqueólogos no Brasil. Revista de Arqueologia 21(2)139-154.
Documentário Mundurucânia https://vimeo.com/145687137
27/03
4.Entrada do Homem na América em um contexto global
Obrigatório
NEVES, W. e PILÓ, L. 2008.Quando e como os humanos chegaram à América. In.: O Povo de Luzia. Em busca dos primeiros americanos. Editora Globo, São Paulo, SP. Cap.2: 61-96.
Complementar
Da-Gloria, P. 2019 Ocupação Inicial da América sob uma perspectiva bioarqueológica. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 14, n. 2, p. 429-457, maio-ago. 2019
Bueno, Lucas. Arqueologia do povoamento inicial da América ou História Antiga da América: quão antigo pode ser um ‘Novo Mundo’? Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 2, p. 477-495, maio-ago. 2019
03/04
- Povoamento da América do Sul
Obrigatório
Bueno, L. Dias, A. Povoamento inicial da América do Sul: contribuições do contexto brasileiro. Estudos avançados 29 (83), 2015. p 119-147.Comlpementar
Complementar
DIAS, A. 2003. Diversificar para povoar: o contexto arqueológico brasileiro na transição Pleistoceno-Holoceno. Complutum, n.15:249-263.Lourdeau, A. A Serra da Capivara e os primeiros povoamentos sul-americanos: uma revisão bibliográfica. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 14, n. 2, p. 367-398, maio-ago. 2019
Dia 10/04 – feriado
- Atividade à distância – Entregar resenha crítica de artigo em jornal, revista ou site sobre Povoamento da América
17/04
- A ocupação do Litoral Atlântico
obrigatório
GASPAR, M. 2000. Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 89p. →Parte 1; Parte 2; Parte 3.
Complementar
LIMA, T. 1999/2000. Em busca dos frutos do mar: os pescadores-coletores do litoral centro-sul do Brasil. Revista da USP, 44 (2): 270-327.
DE BLASIS, P., KNEIP, A., SCHEEL-YBERT, R., GIANNINI, P., GASPAR, M. 2007. Sambaquis e Paisagem. Dinâmica natural e arqueológia regional no litoral do sul de Santa Catarina. Arqueologia Sul-Americana 3:29-61.
Dia 24/04
- Bioarqueologia e sambaquis em Santa Catarina
Lessa, A., Scherer, L. O outro lado do Paraíso: novos dados e reflexões sobre violência entre pescadores-coletores pré-coloniais. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 18: 89-100, 2008.
Complementar
Lessa, A., Gaspar, M Estratégias de subsistência, complexidade social e violência entre grupos sambaquieiros do litoral brasileiro. In Mazz, J. L., Berón, M. (org.) Indicadores arqueológicos de violencia, guerra y conflito em SudAmerica. Biblioteca Plura, Universidad de la República, Urugay, p. 55-80.
Dia 01/05 feriado
- Atividade à distância – Redação de artigo sobre História da Arqueologia no Brasil, Povoamento da América ou Ocupação do Litoral atlântico
08/05
- Ocupação humana, manejo e transformação da Floresta Amazônia
Shock, M., Moraes, C. 2019 A floresta é o domus: a importância das evidências arqueobotânicas e arqueológicas das ocupações humanas amazônicas na transição Pleistoceno/Holoceno. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 14, n. 2, p. 263-289, maio-ago. 2019
Complementar
Neves, E. 2016 Não existe Neolítico ao sul do Equador: as primeiras cerâmicas amazônicas e sua falta de relação com a agricultura. Em Barreto, C., Lima, H., Betancourt, C. (org.) Cerâmicas arqueológicas da Amazônia. Rumo a uma nova síntese. IPHAN/ Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, p.32-39.
15/05
- Complexidade social e demografia nas sociedades amazônicas
Neves, E. O velho e o novo na Arqueologia Amazônica. R-EVISTA USP, São Paulo, n.44, p. 86-111, dezembro/fevereiro 1999-2000
Complementar
Machado, J. S. Dos Artefatos às Aldeias: os vestígios arqueológicos nos entendimentos das formas de organização social da Amazônia. Revista de Antropologia, Universidade de São Paulo, Vol. 49 (2): 755-786, 2006.
Moraes, C., Neves, E. O ano 1000: adensamento populacional, interação e conflito na Amazônia central. Amazônica 4 (1): 122-148, 2012
22/05
- Arqueologia, etnografia e etnohistória na ocupação do Brasil central
HECKENBERGER, M. 2001.Estrutura, história e transformação: a cultura xinguana na longue durée, 1000-2000 d.C. Em Franchetto, B. e Heckenberger, M. (org.) Os povos do alto Xingu. História e Cultura. Ed. UFRJ, p.21-62.Complementar
Complementar
Wust, I. 1999 Etnicidade e tradições ceramistas: algumas reflexões a partir das antigas aldeias Bororo do Mato Grasso. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Suplemento 3: 303-318.
DIA 29/05
- Arqueologia e História Indígena no sul do Brasil: Guarani
Obrigatório
DIAS, Adriana. 2012. Arqueologia guarani: territorialidade e cultura material. Em MORALES, W e MOI, F (org). Tempos ancestrais, p.119-158.
Complementar
NOELLI, F. 1993.Sem Tekhoá não há Tekó (em busca de um modelo etnoarqueológico da subsistência e da aldeia Guarani aplicado a uma área de domínio no delta do Jacuí-RS). Dissertação, PUC/RS, Porto Alegre.Cap.1:9-71.
MILHEIRA, R.Arqueologia guarani no litoral sul-catarinense: história e território. Tese de doutorado, MAE/USP. Cap.4:129-178.
05/06
- Arqueologia e História Indígena no sul do Brasil: para uma história dos grupos Jê Meridionais
Obrigatório
COPE, Silvia Moehlecke. 2015. A gênese das paisagens culturais do planalto sul brasileiro. Estudos avançados, vol. 29, n.83, pp. 149-171.Complementar
Complementar
Corteletti, R., DeBlasis, P. Arqueologia Jê do Sul do Brasil: ambiente, sistema, poder e experiência na paisagem de Urubici, Santa Catarina. Rev. Memorare, Tubarão, v.5, n.2, p. 132-164 maio./ago. 2018.
NOELLI, F. 1999. Repensando os rótulos e a História dos Jê no sul do Brasil a partir de uma interpretação interdisciplinar.Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 3: 285-302.
12/06
- Atividade à distância – Resenha crítica de artigo em jornal, revista ou site sobre Sociedades indígenas no sul do Brasil
19/06
- Dinâmicas de encontros e desencontros
Obrigatório
Kopenawa, D. 1999 Descobrindo os brancos. Novaes, A. (org.) A outra margem do Ocidente. MINC-FUNARTE, Cia. das Letras.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In Novaes, Aduto, A outra margem do ocidente. São Paulo, Companhia das Letras,1999: 23-32.
26/06
- Prova
03/07
- Recuperação
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Bezerra, M. 2013 Os sentidos contemporâneos das coisas do passado: reflexões a partir da Amazônia. Arqueologia Pública, n.7:107-122.
Carneiro da Cunha, M. 1992 História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Fausto, C. 2000 Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Ferreira, L. 2010 Território Primitivo. A institucionalização da Arqueologia no Brasil. EDIPUCRS, Porto Alegre/ RS.
Franchetto, B. e Heckenberger, M. 2001 Os povos do Alto Xingu. História e Cultura. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ.
Funari, P. 2006 Arqueologia. Ed. Contexto, 125p.
Gaspar, M. 2003 A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Gaspar, M. 2000 Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 89p.
Morales, W. e Moi, F. 2012 Tempos Ancestrais. Ed Annablume, São Paulo, 415p.
Neves, E. 1998 Os índios antes de Cabral: arqueologia e história indígena no Brasil. Em Silva, A. e Grupioni, D. (org.) A temática indígena na escola. Editora Global, São Paulo, SP, p.171-196.
Neves, E. G. 2006 Arqueologia da Amazônia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editora.
Neves, W. e Piló, L. 2008 O Povo de Luzia. Editora Globo, São Paulo, 334p.
Noelli, F. 1999/2000 A ocupação humana na região sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas – 1872-2000. Revista USP, São Paulo, nº44, 1999-2000: 218-269.
Oliveira, J. E. e Viana, S. A. 1999/2000 O centro- oeste antes de Cabral. Revista USP, São Paulo, nº44: 142-189.
Prous, A. 1991 Arqueologia Brasileira. Ed.UNB.
Schann, D. e Bezerra, M. 2009 Construindo a arqueologia no Brasil: a trajetória da Sociedade de Arqueologia no Brasil. G K Noronha, Belém, Pará.
Silva, H. e Rodrigues-Carvalho, C. Nossa Origem. O Povoamento da América. Ed. Vieira e Lent, R.J., 230p.
Souza, A. 1991 História da Arqueologia Brasileira. Pesquisas-Antropologia, n.46.
Trigger, B. 2004 História do Pensamento Arqueológico. Odysseus Editora, São Paulo, 629p.
Wust, I. 1992 Contribuições arqueológicas e etno-históricas para o estudo dos grupos tribais do Brasil Central: O caso bororo. In: Revista do MAE, São Paulo.