Lugares, Mulheres e Plantas: histórias compartilhadas
Disciplina: Tópico Especial: Oficina: Lugares, mulheres e plantas: histórias compartilhadas
Professora Responsável: Juliana Salles Machado (julianasallesmachado@gmail.com)
Semestre: 2017.1
Ementa
Nesta disciplina abordaremos através de mesas-redondas, aulas expositivas e oficinas práticas, as formas de interação das mulheres com o ambiente, especialmente suas relações no manejo de plantas, e suas formas particulares de apropriação, transformação e significação de lugares. As discussões teóricas abordadas terão como foco os processos de significação/nomeação /transformação de lugares e territórios pelos olhares femininos. Uma das propostas aqui é refletir sobre a articulação de diversas escalas espaciais e temporais a partir de perspectivas pessoais/biográficas. Será dada ênfase ao contexto Sul Americano, especialmente às populações indígenas e tradicionais, sem, no entanto, nos limitarmos exclusivamente à estes coletivos.
Conteúdo
1. Lugares significativos, lugares persistentes
2. As plantas e a casa
3. As mulheres e as plantas
4. Oficinas biográficas femininas
5. Territórios invisíveis
PROGRAMA
Março 06
Apresentação do Programa e principais temas
Tópico: Paisagem e seus conceitos
Março 13
Módulo 1: Lugares significativos, lugares persistentes
Dillehay, Tom. Concepts of time, space, creation narratives, and knowledge. In Dillehay, Tom. Monuments, Empires and resistence. The araucanian Polity and ritual narratives. Cambridge University Presso, 2007, p.171-177.
ZEDEÑO, MARIA NIEVES 2008. The Archaeology of Territory and Territoriality In David, Bruno; Thomas, Julian. Handbook of Landscape Archaeology. Left Coast Press, California, p. 210-217.
Março 20
MOORE, Christopher R. and Victor D. THOMPSON. Animism and Green River persistent plac-es: A dwelling perspective of the Shell Mound Archaic. Journal of Social Archaeology, 2012, 12: 264
ALMUDENA Hernando; Gustavo POLITIS; Alfredo GONZÁLEZ RUIBAL; Elizabeth Beserra COELHO. Género y poder entre los Awá (Maranhão, Brasil). Utilidad de la etnoarque-ología para una reflexión sobre las representaciones del pasado. Revista Arenal, no 15. 2008. Granada.
Março 27
A Mata
DESCOLA, Philippe. La selva culta. Simbolismo y praxis en la ecologua de los achuar. Abya-yala, 1996:193-302.
CABRERA, Lydia. A Mata. Notas sobre as Religiões, a magia, as superstições e o folklore dos negros Criollos e o povo de Cuba. EDUSP 2012. P.23-32.
Módulo 2: As plantas e a casa e a domesticação
Abril 03
LEA, Vanessa R. Riquezas Intangíveis de Pessoas Partíveis. Os Mebêngokre (Kayapó) do Brasil Central. Habitações, casas e o plano da aldeia. p.101-116.
SIQUEIRA, Andrea. Mulheres, relações e tomadas de decisão em unidades domésticas caboclas do Estuário Amazônico. In . IN Adams et al Sociedades Caboclas Amazônicas. Moderni-dade e invisibilidade. FAPESP: Annblume, 2006: 261-276.
SIGOLO, Renata Palandri. Plantas Medicinais e os cuidados com a saúde: contando várias histórias. NUPPE/UFSC, 2015. P. 197-209.
Complementar
RIVAL, LAURA. Domesticating The Landscape, Producing Crops And Reproducing Society In Amazonia. Capitulo 3.
Abril 10
VELTHEM, Lucia Hussak van. O Belo é a fera. A estética da produção e da predação entre os Wayana. Assírio e Alvim: Lisboa, 2003. A Aldeia, local de fabricação e destruição p. 157-168 A Roça, cestos cargueiros e larvas p.335-342.
MURRIETA, Rui. WinklerPrins, A. “Eu adoro Flores!”: gênero, estética e experimentação agrícola em jardins e quintais de mulheres caboclas, Baixo Amazonas, Brasil. IN Adams et al Sociedades Caboclas Amazônicas. Modernidade e invisibilidade. FAPESP: Annblume, 2006: 277-294.
Abril 17
Mesa redonda 1
Módulo 3: As mulheres e as plantas
Abril 24
Entrega de resenha crítica
As plantas
CABRERA, Lydia. A Mata. Notas sobre as Religiões, a magia, as superstições e o folklore dos negros Criollos e o povo de Cuba. EDUSP, 2012. A palmeira real, p. 245-300.
MACHADO, Juliana Salles. Mulheres e plantas. Capítulo 3. Tese: Lugares de gente: mulheres, plantas e redes de troca no delta amazônico, PPGAS, Museu Nacional, UFRJ, 2012.
Maio 01 (feriado – não haverá aula)
Maio 08
MENTORE, LAURA . The Intersubjective Life of Cassava among the Waiwai. Anthropology and Humanism, Vol. 37, Issue 2, pp 146–155, ISSN 1559-9167, online ISSN 1548-1409. © 2012 (PDF)
BRUMBACH, Hetty Jo e JARVENPA, Robert. Ethnoarchaeology of subsistence space and gen-der: a subartic dene case. In Shott, Michael (org.) Formation Theory in Archaeology from American Antiquity and Latin American Antiquity, SAA Press,2006:197-220.
Maio 15
Mesa Redonda 2
Introduçao às oficinas biográficas
Módulo 4: Oficinas biográficas femininas
Maio 22
Entrega de resenha crítica
Palestra
WOLFF, Cristina Scheibe. Mulheres da Floresta: outras tantas histórias. Revista de Estudos Amazônicos, v. VI, p. 21-40, 2011
Maio 29
Oficinas biográficas – histórias compartilhadas
Estudos de caso
BOWSER, Brenda and PATTON, John. Learning and Transmission of Pottery Style. Women´s life histories and communities of practice in the Ecuadorian Amazon. In Stark et al. Cul-tural Transmission and material culture. Breaking down boundaries. The university of ari-zona press, 2008, p. 105-129.
MOTTA-MAUÉS, Maria Angelica. Pesca De Homem/Peixe De Mulher (?): Repensando Gênero Na Literatura Acadêmica Sobre Comunidades Pesqueiras No Brasil. Etnográfica, Vol. Iii (2), 1999, Pp. 377-399.
Junho 05
Oficinas biográficas – estudos em campo
Junho 12 (não haverá aula)
Junho 19
Módulo 5: Territórios invisíveis
GUEDES, André Dumans, O Trecho, as mães e os papéis. Etnografia de movimentos e durações no norte de Goiás. Garamond, 2013: p.211-240.
Junho 26
Mesa Redonda III com apresentação e entrega de trabalhos finais
Avaliação
1) Participação em sala de aula, leituras propostas e desempenho nas mesas-redondas (peso 25%)
2) Resenha crítica (2): Escreva de 3 a 5 páginas uma resenha crítica sobre as duas mesas-redondas realizadas em sala de aula, utilizando como referência ao menos 4 textos lidos ao longo do curso. (peso 25%)
Prazo máximo de entrega: Abril 24 (MR 1) e Maio 22 (MR 2)
3) Trabalho Final:
O trabalho final consistirá em um estudo biográfico feminino que dialogue com a proposta de história compartilhada de acordo com as práticas e discussões realizadas em sala de aula. O tra-balho deve refletir sobre pelo menos um dos temas abordados e utilizar ao menos quatro autores lidos no curso. (Times New Roman, 12, espaçamento 1,5, Máximo 10 pags)
O trabalho deverá ser apresentado na forma de uma mesa redonda ao final do curso (peso 50%)
Prazo máximo de entrega e apresentação em sala: junho 26
OBS: Os trabalhos devem ser entregues impressos em sala de aula
Bibliografia Básica
ALMUDENA Hernando; Gustavo POLITIS; Alfredo GONZÁLEZ RUIBAL; Elizabeth Beserra COELHO. Género y poder entre los Awá (Maranhão, Brasil). Utilidad de la etnoarque-ologíapara una reflexión sobre las representaciones del pasado. Revista Arenal, no 15. 2008. Granada.
BOWSER, Brenda and PATTON, John. Learning and Transmission of Pottery Style. Women´s life histories and communities of practice in the Ecuadorian Amazon. In Stark et al. Cul-tural Transmission and material culture. Breaking down boundaries. The university of ari-zona press, 2008, p. 105-129.
BRUMBACH, Hetty Jo e JARVENPA, Robert. Ethnoarchaeology of subsistence space and gen-der: a subartic dene case. In Shott, Michael (org.) Formation Theory in Archaeology from American Antiquity and Latin American Antiquity, SAA Press,2006:197-220.
CABRERA, Lydia. A Mata. Notas sobre as Religiões, a magia, as superstições e o folklore dos negros Criollos e o povo de Cuba. EDUSP 2012. P.23-32.
CABRERA, Lydia. A Mata. Notas sobre as Religiões, a magia, as superstições e o folklore dos negros Criollos e o povo de Cuba. EDUSP, 2012. A palmeira real, p. 245-300.
CHRISTOPHER R. Moore and Victor D. Thompson. Animism and Green River persistent plac-es: A dwelling perspective of the Shell Mound Archaic. Journal of Social Archaeology, 2012, 12: 264
DESCOLA, Philippe. La selva culta. Simbolismo y praxis en la ecologua de los achuar. Abya-yala, 1996:193-302.
DILLEHAY, Tom. Concepts of time, space, creation narratives, and knowledge. In Dillehay, Tom. Monuments, Empires and resistence.The araucanian Polity and ritual narratives. Cambridge University Presso, 2007, p.171-177.
GUEDES, André Dumans, O Trecho, as mães e os papéis. Etnografia de movimentos e durações no norte de Goiás. Garamond, 2013: p.211-240.
LASMAR, Cristiane. De volta ao Lago do leite. Gênero e transformação no Alto Rio Negro. Cap.2: Gênero e reproduçãoo no cotidiano da Comunidade, p. 101-122
LEA, Vanessa R. Riquezas Intangíveis de Pessoas Partíveis. Os Mebêngokre (Kayapó) do Brasil Central. Habitações, casas e o plano da aldeia. p.101-116.
LEGAT, Aliice. Walking the land, Feeding the fire. The University of Arizona Press, 2012.
MACHADO, Juliana Salles. Mulheres e plantas. Capítulo 3. Tese: Lugares de gente: mulheres, plantas e redes de troca no delta amazônico, PPGAS, Museu Nacional, UFRJ, 2012.
MENTORE, LAURA The Intersubjective Life of Cassava among the Waiwai. Anthropology and Humanism, Vol. 37, Issue 2, pp 146–155, ISSN 1559-9167, online ISSN 1548-1409. © 2012 (PDF)
MOTTA-MAUÉS Maria Angelica. Pesca De Homem/Peixe De Mulher (?): Repensando Gênero Na Literatura Acadêmica Sobre Comunidades Pesqueiras No Brasil. Etnográfica, Vol. Iii (2), 1999, Pp. 377-399.
MURRIETA, Rui; WINKLERPRINS, A. “Eu adoro Flores!”: gênero, estética e experimentação agrícola em jardins e quintais de mulheres caboclas, Baixo Amazonas, Brasil. IN Adams et al Sociedades Caboclas Amazônicas. Modernidade e invisibilidade. FAPESP: Annblume, 2006: 277-294.
RIVAL, Laura. Domesticating The Landscape, Producing Crops And Reproducing Society In Amazonia. Capitulo 3.
SALVARO, Giovana Ilka Jacinto ; LAGO, Mara Coelho de Souza ; WOLFF, Cristina Scheibe . ‘Mulheres agricultoras’ e ‘mulherescamponesas’: lutas de gênero, identidades políticas e subjetividades. Psicologia & Sociedade (Online), v. 25, p. 79-89, 2013.
SIQUEIRA, Andrea. Mulheres, relações e tomas de decisão em unidades domésticas caboclas do Estuário Amazônico. In . IN Adams et al Sociedades Caboclas Amazônicas. Modernidade e invisibilidade. FAPESP: Annblume, 2006: 261-276.
VELTHEM, Lucia Hussak van. O Belo é a fera. A estética da produção e da predação entre os Wayana. Assírio e Alvim: Lisboa, 2003. A Aldeia, local de fabricação e destruição p. 157-168 A Roça, cestos cargueiros e larvas p.335-342.
WOLFF, Cristina Scheibe. Mulheres da Floresta: outras tantas histórias. Revista de Estudos A-mazônicos, v. VI, p. 21-40, 2011.
ZEDEÑO, MARIA NIEVES 2008. The Archaeology of Territory and Territoriality In David, Bruno; Thomas, Julian. Handbook of Landscape Archaeology. Left Coast Press, California, p. 210-217.