Sobre

O LEIA se propõe a constituir um centro de formação e produção do conhecimento sobre Arqueologia, discutindo as mais diversas facetas da disciplina no cenário nacional contemporâneo. O Laboratório está vinculado ao Departamento de História, oferecendo um espaço para que estudantes e pesquisadoras/es de diferentes especialidades e inserções disciplinares possam discutir temas vinculados à Arqueologia, tanto do ponto de vista teórico-metodológico, quanto através da realização de estudos de caso com enfoque regional diversificado.

De forma a lidar com a demanda atualmente existente no Departamento de História, o Laboratório se propõe a lidar com questões vinculadas a distintos contextos arqueológicos, desde a Arqueologia Clássica até estudos sobre Evolução Humana. No entanto, cabe ressaltar que as linhas principais de pesquisa do Laboratório estão centradas em dois eixos principais: 1) Arqueologia Brasileira e Americana; 2) Teoria e Método em Arqueologia.

Com relação ao primeiro eixo, o Laboratório pretende estimular o debate, a formulação e a participação de alunos e pesquisadores em projetos de escopo nacional e internacional que tenham como finalidade o estudo do processo de ocupação da América, seja em contexto pré ou pós coloniais, a partir de dados e contextos arqueológicos. Essa orientação regionalmente ampla tem como objetivo descontruir fronteiras artificialmente construídas pelo processo de colonização e repartição do continente americano que, muitas vezes mascara e obscurece processos de interação e diversificação cultural que marcaram a história pré-colonial de ocupação do continente (Neves 2006, Noelli 2005, Politis 1995). Neste sentido, o Laboratório pretende estimular e subsidiar a formulação de projetos que vão além das fronteiras do Estado de Santa Catarina, propiciando aos alunos o contato com realidades e contextos distintos, de forma a incentivar o estudo da diversidade cultural.

Contribuindo de forma concreta para essa perspectiva o Laboratório incorporará dois projetos atualmente em curso. Um dos projetos, finaciado pelo CNPq no âmbito do Edital Universal 2010, envolve uma discussão sobre o processo de ocupação do Planalto Central Brasileiro e inclui, além de discussões bibliográficas a realização de atividades de campo e laboratório, das quais integrantes do Laboratório deverão participar.

Outro projeto já em andamento que deve ser incorporado pelo laboratório diz respeito a um projeto de cooperação internacional entre diversos pesquisadores da América do Sul, América do Norte e Inglaterra, voltado para a construção de um banco de dados geo-referenciado com informações sobre todos os sítios arqueológicos da América do Sul datados entre 13.000 e 7.000 anos AP. Parte dos resultados deste projeto foram apresentados em simpósio realizado em abril deste ano na cidade de Sacramento, California e, atualmente, estamos trabalhando na elaboração de uma publicação em periódico especializado com contribuições de pesquisadores oriundos de todos os paises da America do Sul, dos EUA e da Inglaterra. A continuidade do projeto prevê a integração dos bancos de dados gerados para cada país e a construção de uma plataforma digital online que possa ser acessada e atualizada de forma constante pelos pesquisadores envolvidos no projeto.

Mais uma vez, no intuito de articular esferas macro e micro, perspectivas regionais e locais, há uma série de iniciativas vinculadas ao estudo da Arqueologia da região sul, especialmente em Santa Catarina, que se encontam em desenvolvimento por membros do LEIA. De forma a fortalecer essas iniciativas, há dois projetos em fase de formulação, envolvendo um levantamento sobre a produção arqueológica em estudos de impacto ambiental em Santa Catarina nos ultimos 10 anos, o qual será realizado em parceria com a Superintendência do IPHAN em Santa Catarina,  e uma pesquisa em nivel de iniciação científica sobre o impacto do PRONAPA na Arqueologia Catarinense. Este último procura articular o trabalho com fontes textuais e materiais,  envolvendo atividades de curadoria e catalogação dos vestigios coletados e da documentação produzida por pesquisadores vinculados ao PRONAPA no Estado de Santa Catrina e atualmente depositados no acervo do Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral.

Ainda de forma a reforçar a atuação do LEIA na articulação de diferentes escalas de análise, pretendemos propiciar uma aproximação entre pesquisadores, estudantes e comunidades locais, de forma à integrar diferentes atores na construção do conhecimento arqueológico. Tendo em vista a estreita vinculação entre contexto arqueológico e contexto etnográfico nas discussões que permeiam os estudos sobre o processo de ocupação da região sul do Brasil, o LEIA pretende desenvolver uma linha de pesquisa voltada para estudos etnoarqueológicos, vislumbrando a possibilidade de uma relação mais estrita entre Arqueologia e História Indigena (Silva 2009, Heckenberger 2001).

No intuito de ampliar essa inclusão de novos atores na construção do conhecimento arqueológico, o LEIA prevê também a elaboração de projetos e parcerias voltados para discussão, elaboração e aplicação de projetos que visem a preservação do Patrimônio Arqueológico. Assim como no caso anterior essa linha de atuação tem como foco principal os sítios arqueológicos do Estado de Santa Catarina vinculados tanto a contextos pré quanto pós contato europeu.

Tendo em vista o caráter interdisciplinar da pesquisa arqueológica o LEIA pretende oferecer um espaço que estimule a troca de idéias e o trânsito de pesquisadores de áreas afins à arqueologia, tanto no âmbito das demais ciências humanas, quanto das ciências exatas e ciências da terra. Esta orientação será buscada pela incorporação de pesquisadores oriundos de áreas diversas na confecção e execução de projetos de pesquisa a serem realizados pelo LEIA.

A orientação fundamental do LEIA dirige-se aos projetos de ensino, pesquisa e extensão universitária de seus pesquisadores integrantes e colaboradores. No entanto, o LEIA poderá conduzir processos de arqueologia consultiva, concorrendo a editais e licitações públicas ou privadas e executando os projetos, desde que sob aprovação do Coordenador, respeitando-se os procedimentos legais no âmbito do Departamento e  avaliando-se os benefícios promovidos aos projetos de pesquisa em desenvolvimento ou já aprovados.