Laboratório de Ensino – Arqueologia: métodos e técnicas

DISCIPLINA: Laboratório de Pesquisa – Arqueologia: métodos e técnicas

CÓDIGO: HST 7024

Nº DE CRÉDITOS: 04 – 72 horas-aula

HORÁRIO: terça-feira, 8:20 – 11:50              sala CFH 311

PROFESSORA: Juliana Salles Machado

 

EMENTA

O curso está voltado para uma discussão sobre os métodos e técnicas empregados pela arqueologia nas diversas atividades do arqueólogo. Serão ministradas aulas expositivas sobre questões metodológicas e aulas práticas onde os alunos desenvolverão atividades de análise de diferentes tipos de vestígios arqueológicos. Além das atividades práticas em laboratório com vestígios arqueológicos, haverá também atividades relacionadas às técnicas de mapeamento espacial de vestígios, onde os alunos aprenderão as noções básicas para elaboração de plantas de sítios arqueológicos e métodos de análise espacial. A fim de complementar as atividades prevemos também a realização de uma saída de campo para visita a sítios arqueológicos. 

 

CONTEÚDO

Módulo 1: Gentes, lugares e seus significados

1.1 Gentes, gestos e marcas

1.2 Sítio arqueológico: definições e escalas

1.3 Temporalidades no espaço

Módulo 2: Descrever, mapear e interpretar lugares

2.1 Técnicas de mapeamento de sítios e vestígios arqueológicos

2.2 Etnoarqueologia e os lugares de gente 

Módulo 3: A materialidade e as narrativas arqueológicas

3.1 Análise de vestígios Arqueológicos: uma introdução

3.2 Oficinas de Análise Lítica, Cerâmica, bioarqueológica e zooarqueológica

Módulo 4: Oficinas de Experimentação: o saber-fazer da cerâmica, do lítico e da madeira

Módulo 5: Sítio-Escola: técnicas de levantamento, prospecção e escavação arqueológica

 

PROGRAMA

Aula 1. 08/08

Apresentação do Programa

Arqueologia, Materialidade e História Indígena

SILVA, Fabíola O passado no presente: narrativas arqueológicas e narrativas indígenas

MENESES, U. 1980 O objeto como documento. Textos selecionados IAB/CONDEPHAAT.

 

Aula 2. 15/08

Módulo 1: Gentes, lugares e seus significados

1.1 Gentes, gestos e marcas

1.2 Sítio arqueológico: definições e escalas

1.3 Temporalidades no espaço

Silva, Luciano Pereira. Arqueologia Indígena. Protagonismo, interlocução cultural e ciência contemporânea. Carlini & Caniato Editorial, Cuiabá, 2014. Cap.6 e conclusão: pp. 159-180.

 

Aula 3. 22/08

Módulo 2: Descrever, mapear e interpretar lugares

2.1 Técnicas de mapeamento de sítios e vestígios arqueológicos

2.2 Etnoarqueologia e os lugares de gente

Albrook, M. & MacGrath, Ann. 2015 Collaborative Histories of the Willandra Lakes – Long History, Deep Time. In McGrath, A. Jebb, M. (ed) Long History, Deep Time. Deeping histories of place. Australian National University, p.241-252.

 

Aula 4. 29/08 

2.1 Técnicas de mapeamento de vestígios arqueológicos

Aula prática de Mapeamento do campus

Renfrew, C. & Bahn, P. Arqueología: teorías, métodos y prácticas.Madrid, Ed. Akal, 1993. Renfrew, C. e Bahn, R. – Capitulo 2

Renfrew, C. e Bahn, P. Capítulo 3

 

Aula 5. 05/09

Módulo 3: A materialidade e as narrativas arqueológicas

3.1 Análise de vestígios Arqueológicos: uma introdução

3.2 Oficinas de Análise Lítica, Cerâmica, bioarqueológica e zooarqueológica

SILVA, Fabiola 2013 Tecnologias em transformação: inovação e (re)produção dos objetos entre os Asurini do Xingu. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, v.8, n.3:729-744.

 

Aula 5 12/09 (SAB)

Noções básicas e aula prática de zooarqueologia Simon Pierre-Gilson

O ponto 2.2 da tese seguinte (paginas 49-51 e 53-57): GONZALEZ, M. M. B. Tubarões e Raias na Pré-História do Litoral de São Paulo. tese de doutorado—São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia (USP), 2005.

O ponto 2.1.1 Breve história da zooarqueologia (paginas 35-39) da dissertação: SOUSA, V. L. DE. Estudo zooarqueológico: a diversidade ictiológica no sambaqui Porto do Rio Vermelho II (SC-PRV-02), Ilha de Santa Catarina -Brasil. dissertação de mestrado—Tomar, Portugal: Instituto Politécnico de Tomar – Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro, 2011.

Como leitura complementar, um exemplo de caso:

CASTILHO, P. V. DE; SIMÕES-LOPES, P. C. Zooarqueologia dos mamíferos aquáticos e semi-aquáticos da Ilha de Santa Catarina, sul do Brasil. Revista brasileira de Zoologia, v. 18, n. 3, p. 719–727, 2001.

 

Aula 6.19/09

Noções básicas e aula prática de análise cerâmica

BARRETO, C. e Oliveira, E. Para além de potes e panelas: cerâmica e ritual na Amazônia antiga. Revista Habitus, 14(1):51-72, 2016. 4

 

Aula 7. 26/09

Noções básicas e aula prática de análise cerâmica

MACHADO, Juliana Salles. Os significados dos sistemas tecnológicos: classificando e interpretando o vestígio cerâmico. Arqueologia Suramericanam 3, 1, janeiro, 2007: 62-83

 

Aula 8. 03/10 (EIAA)

Aula prática de análise material Lítico Lascado Prof. Dr. Lucas Bueno

PROUS, A. 2004 Apuntes para análisis de industrias líticas. Monografias de Arqueologia, Historia e Patrimônio, Ortegalia, n.2, 172p.

 

Aula 9. 10/10 (EIAA)

Aula prática de experimentação com material Lítico Lascado Prof. Dr. Lucas Bueno e Juliana Betarello

Vídeo experimentação Lítica. Claide Moraes.

DIAS, A. e Hoeltz, S. 1997 Proposta metodológica para o estudo das indústrias líticas do sul do Brasil. Revista do CEPA, Santa Cruz do Sul, v.21, n.25:21-62.

 

Aula 10. 17/10

Noções básicas e Aula Prática

Módulo 4: Oficinas de Experimentação: o saber-fazer da cerâmica, do lítico e da madeira

Experimentação com cerâmica

Vídeo experimentação cerâmica. Contexto Anazasi.

GASPAR, MELIAM. A cerâmica Arqueológica na terra Indígena Kaiabi (MT/PA) Dissertação Mestrado, MAE/USP, 2014. Capítulo 2: Cerâmica, Tecnologia e Estilo Tecnológico, p. 24-40. (PDF)

 

Aula 11. 24/10

Noções básicas e aula prática

Análise Lítico abrasão picoteamento

Experimentação com lítico e madeira Profa. Dra. Alejandra Matarresse

PROUS, André, Márcio Alonso, Henrique Piló, Leandro A. F. Xavier, Ângelo Pessoa Lima e Gustavo Neves de Souza. 2002. Os machados pré-históricos no Brasil. Descrição de coleções brasileiras e trabalhos experimentais: fabricação de lâminas, cabos, encabamento e utilização. Canindé, Xingó 2: 161-236.

Leitura Complementar:

BABOT, María del Pilar. 2009. Tradiciones, preguntas y estrategias en el abordaje arqueológico de la molienda. Em: Perspectivas actuales en Arqueologia 5 Argentina, compilado por R. Barberena, K. Borrazzo e L. A. Borrero, Cap. 7, pp. 155-188. IMHICIHU,Buenos Aires.

 

Aula 12. 31/10

Mesa-Redonda: lugares, significados e saber-fazer no passado e no presente (todos participam)

Video Asurini Fabiola Silva.

 

Aula 13. 07/11

Saída de CAMPO

Módulo 5: Sítio-Escola: técnicas de levantamento, prospecção e escavação arqueológica

Local a combinar

 

Aula 14. 14/11 (continuação do Módulo 3)

Noções básicas e Aula Prática Bioarqueologia – Luciane Scherer

NEVES, W. A., 2012. Um esqueleto incomoda muita gente. Editora da Unicamp, 160pp.

 

Aula 15. 21/11 (continuação do Módulo 3)

Noções básicas e aula prática Bioarqueologia – Luciane Scherer

LIMA, T. A. 1994 Restos humanos e arqueologia histórica: uma questão de ética. Historical Archaeology in Latin America, vol. 5:1-24. The University of South Carolina.

 

Aula 16. 28/11

Apresentação e entrega dos trabalhos

Divulgação das notas: 30/11

 

Aula 17. 05/12

Recuperação 

 

AVALIAÇÃO

O sistema de avaliação será composto pelas seguintes atividades:

1. Presença e participação em sala de aula (peso 1)

2. Discussão e apresentação de textos em sala de aula (peso 1)

3. Entrega de uma resenha crítica (peso 1)

4. Participação em Mesa Redonda (peso 1)

5. Entrega e apresentação do trabalho final (peso 2) 

 

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Albrook, M. & MacGrath, Ann. 2015 Collaborative Histories of the Willandra Lakes – Long History, Deep Time. In McGrath, A. Jebb, M. (ed) Long History, Deep Time. Deeping histories of place. Australian National University, p.241-252.

BABOT, María del Pilar. 2009. Tradiciones, preguntas y estrategias en el abordaje arqueológico de la molienda. Em: Perspectivas actuales en Arqueologia Argentina, compilado por R. Barberena, K. Borrazzo e L. A. Borrero, Cap. 7, pp. 155-188. IMHICIHU,Buenos Aires.

BARRETO, C. e Oliveira, E. Para além de potes e panelas: cerâmica e ritual na Amazônia antiga. Revista Habitus, 14(1):51-72, 2016.

CASTILHO, P. V. DE; SIMÕES-LOPES, P. C. Zooarqueologia dos mamíferos aquáticos e semi-aquáticos da Ilha de Santa Catarina, sul do Brasil. Revista brasileira de Zoologia, v. 18, n. 3, p. 719–727, 2001.

DIAS, A. e Hoeltz, S. 1997 Proposta metodológica para o estudo das indústrias líticas do sul do Brasil. Revista do CEPA, Santa Cruz do Sul, v.21, n.25:21-62.

GASPAR, MELIAM. A cerâmica Arqueológica na terra Indígena Kaiabi (MT/PA) Dissertação Mestrado, MAE/USP, 2014. Capítulo 2: Cerâmica, Tecnologia e Estilo Tecnológico, p. 24-40. (PDF)

GONZALEZ, M. M. B. Tubarões e Raias na Pré-História do Litoral de São Paulo. tese de doutorado—São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia (USP), 2005.

LIMA, T. A. 1994 Restos humanos e arqueologia histórica: uma questão de ética. Historical Archaeology in Latin America, vol. 5:1-24. The University of South Carolina.

MACHADO, Juliana Salles. Os significados dos sistemas tecnológicos: classificando e interpretando o vestígio cerâmico. Arqueologia Suramericanam 3, 1, janeiro, 2007: 62-83

MENESES, U. 1980 O objeto como documento. Textos selecionados IAB/CONDEPHAAT. NEVES, W. A., 2012. Um esqueleto incomoda muita gente. Editora da Unicamp, 160pp.

PROUS, A. 2004 Apuntes para análisis de industrias líticas. Monografias de Arqueologia, Historia e Patrimônio, Ortegalia, n.2, 172p.

PROUS, André, Márcio Alonso, Henrique Piló, Leandro A. F. Xavier, Ângelo Pessoa Lima e Gustavo Neves de Souza. 2002. Os machados pré-históricos no Brasil. Descrição de coleções brasileiras e trabalhos experimentais: fabricação de lâminas, cabos, encabamento e utilização. Canindé, Xingó 2: 161-236.

RENFREW, C. & Bahn, P. Arqueología: teorías, métodos y prácticas.Madrid, Ed. Akal, 1993. 7

SILVA, Fabiola 2013 Tecnologias em transformação: inovação e (re)produção dos objetos entre os Asurini do Xingu. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, v.8, n.3:729- 744.

SILVA, Fabíola O passado no presente: narrativas arqueológicas e narrativas indígenas

SILVA, Luciano Pereira. Arqueologia Indígena. Protagonismo, interlocução cultural e ciência contemporânea. Carlini & Caniato Editorial, Cuiabá, 2014. Cap.6 e conclusão: pp. 159-180.

SOUSA, V. L. DE. Estudo zooarqueológico: a diversidade ictiológica no sambaqui Porto do Rio Vermelho II (SC-PRV-02), Ilha de Santa Catarina -Brasil. dissertação de mestrado—Tomar, Portugal: Instituto Politécnico de Tomar – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2011.

 

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Andrefsky, W. 1998 Lithics. Macroscopic approaches to analysis. Cambridge University Press.

Araujo, A. 2001 Teoria e Método em Arqueologia regional: um estudo de caso no alto Paranapanema, Estado de São Paulo. Tese de Doutorado, FFLCH/USP, São Paulo.

Braga, G. 1998 A conservação preventiva e as reservas técnicas. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 8:269-277.

Bueno, L. e Isnardis, A. 2007 Das Pedras aos Homens. Tecnologia Lítica na Arqueologia Brasileira. Editora Argumentum, Belo Horizonte.

Buikstra, J. E. & Ubelaker, D. H. (Ed.), 1994. Standards for data collection from Human Skeletal Remains. Fayetteville: Arkansas Archaeological Survey. Research Series, 44.

Chaix, L.; Méniel, P. Archeozoologie. Les animaux et l’archéologie. Paris: Errance, 2001.

Nicholas, David & Kramer, Carol. Ethnoarchaeology in Action. Cambridge World Archaeology. 2006 [2001].

Dias, A. e Silva, F. 2001 Sistema tecnológico e Estilo: as implicações desta inter-relação no estudo das indústrias líticas do sul do Brasil. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, 11:95-108.

Dunnel, R. 2007 Classificação em Arqueologia. Edusp, São Paulo.

Froner, Y-A. 1995 Conservação preventiva e patrimônio arqueológico e etnográfico: ética, conceitos e critérios. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 5:291-301.

Gautier, A. How do I count, Let me count the ways? Problems of archaeozoological quantification. In: Grigson, C.; Clutton-Brock (Eds.). . Animals and Archaeology: 4. Husbandry in Europe. Oxford: Brisith Archaeological Report International Series, 1984. v. 227p. 237–251.

Gautier, A. Taphonomic groups: How and Why. Archaezoologia, v. I, n. 2, p. 47–52, 1987. 8 Hillson, S. Mammal Bones and Teeth. An Introductory Guide to Methods of Identification. Dorchester, Dorset: Dorset Press, 1999.

Lyman, R. 1994 Vertebrate Taphonomy. Cambridge Manuals in Archaeology, Cambridge University Press.

Orton, C. 2000 Sampling in Archaeology. Cambridge Manuals in Archaeology. Cambridge University Press, 260p.

Redman, C. Multistage Fieldwork and Analytical Techniques. In: American Antiquity, vol 38, nº 1, 1973.

Reitz, E., Wing, E.S. 1999 Zooarchaeology. Cambridge Manuals in Archaeology. Cambridge University Press.

RICE, Prudence. Pottery Analysis. A Sourcebook. The University of Chicago Press, 2005 [1987].

Rodrigues-Carvalho, C. & Mendonça de Souza, S. M. F., 2005. Marcadores de estresse mecânico-postural em populações sambaquieiras do estado do Rio de Janeiro. Habitus, V. 3, n. 2, p-241-259, Goiânia.

Roskams, S. 2001 Excavation. Cambridge Univesity Press. Cap. 3 e 5.

Scherer, L. Z; Salles, A.; Lessa, A., 2015. Alterações Entésicas e Mobilidade Terrestre em Grupos Pré-coloniais Litorâneos do Sul do Brasil, na Revista do Museu de Arqueologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP), Número 25: 21-44.

Schmid, E. Atlas of Animal Bones. For Prehistorians, Archaeologists and Quaternary Geologists/ Knochenatlas. Für Prähistoriker, Archäologen und Quartärgeologen. Amterdam- London-New York.: Elsevier Publishing Company, 1972.

Sianto, L.; Lelles, D.; Teixeira-Santos, I.; Camacho, M.; Iñiguez, A. M.; Araújo, A., 2013. Coleta de amostras para exames paleoparasitológicos. In: Abordagens estratégicas em Sambaquis. Editora Habilis, p. 251-265.

White, T. D. & Folkens, P. A., 2005. The human bone manual. Elsevier Academic Press, London.