Arqueologia Pública ( ARQUE0021 ) PROARQ/UFS

DISCIPLINA:  Arqueologia Pública (PROARQ/UFS)

CÓDIGO: ARQUE0021

Professora: Juliana Salles Machado

Semestre: 2020.2

Nº DE CRÉDITOS: 04 – 60 horas-aula

HORÁRIO: atividades remotas síncronas (quarta 09:00 as 11:00) e assíncronas

 

EMENTA

A arqueologia pública tem ao longo dos anos buscado refletir sobre a relação entre a pesquisa e a gestão do patrimônio cultural com a sociedade através de questões de planejamento econômico, ações sociais e políticas envolvidas na prática arqueológica. Nesta disciplina abordaremos como as atuais demandas da sociedade sobre à terra tem levado à novas abordagens teórico-metodológicas na arqueologia, baseadas na participação social, colaboração e co-construção. A disputa territorial pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, é apenas um dos exemplos que nos levam a aproximar as imbricações das noções de temporalidade e territorialidade à arqueologia pública, dando ênfase às distintas formas de construção social do espaço e o papel da pesquisa arqueológica neste processo. Através desta abordagem, busca-se trazer à tona visões distintas acerca das noções de terra, território, territorialidade e temporalidade, assim como seus significados sociais, cosmológicos, históricos e políticos. Utilizaremos o uso de estudos de caso oriundos da antropologia, arqueologia, história e ecologia. A disciplina será oferecida de forma exclusivamente remota, utilizando-se de debates virtuais, audiovisuais, podcasts e fóruns de discussão.

 

Conteúdo

PARTE 1.  DEFININDO CONCEITOS

O que é arqueologia pública?

Como arqueologia pública se relaciona com arqueologia comunitária?

O que é arqueologia Colaborativa?

Como Arqueologia colaborativa se construiu diferencialmente no Brasil?

 

PARTE 2: CO-CONSTRUINDO/COLABORANDO E APRENDENDO

O que é terra, território e territorialidade?

Porque estes conceitos se tornaram chave para arqueologias colaborativas indígenas no Brasil?

Como construir colaboração em arqueologia?

 

 

Roteiro para a Disciplina Remota

 

PARTE 1.  DEFININDO CONCEITOS

 

AULA 1: 16 de setembro

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA

Tema: O que é arqueologia pública?

Encontro síncrono para debater e consolidar o programa

 

AULA 2: 23 setembro

Tema: Quem/o que é o público da arqueologia pública? Como arqueologia pública se relaciona com arqueologia comunitária?

Atividades assíncronas:

  1. Ler os textos obrigatórios
  2. Responder às questões acima comparando a perspectiva dos autores (ensaio de 2 páginas) – Avaliação 1 (prazo de entrega: 30 setembro)

 

Leituras obrigatórias

FERREIRA, Lucio Menezes. Quieta non movere: arqueologia comunitária e patrimônio cultural. In: FUNARI, Pedro Paulo; CARVALHO, Aline Vieira. Patrimônio cultural, diversidade e comunidades. Campinas: Editora Unicamp. 2011b. pp. 161 – 172. Disponível em: https://www.academia.edu/10491834/Patrim%C3%B4nio_cultural_diversidade_e_comunidade

 

MARSHALL, Yvonne. What is community archaeology? World Archaeology. Vol. 34, no 2. 2002. Pp. 211-219. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0043824022000007062

 

ALMEIDA, Marcia Bezerra de. O público e o patrimônio arqueológico: reflexões para a arqueologia pública no Brasil. Habitus. v.2., n.1, 2003. Disponível em: https://www.academia.edu/3988371/Bezerra_de_Almeida_M._-_O_P%C3%BAblico_e_o_Patrim%C3%B4nio_Arqueol%C3%B3gico_no_Brasil_reflex%C3%B5es_para_a_Arqueologia_P%C3%BAblica_no_Brasil._Habitus_v._1_2_275-295_2003

 

 

AULA 3: 30 setembro

Tema: Como a gestão do patrimônio afeta ao “público”?

Atividades Assíncronas:

  1. Ler os textos
  2. Assistir vídeo MunduruKânia. Na beira da História. Produção: Miguel Castro. https://vimeo.com/145687137
  3. Escrever um ensaio explorando 1 exemplo concreto de como a gestão do patrimônio afeta o “Público” (3 a 5 páginas) – Avaliação 2 (prazo de entrega – circular entre o grupo: 7 outubro)

Leitura Obrigatória:

ROCHA, Bruna Cigaran da; JÁCOME, Camila; STUCHI, Francisco Forte; MONGELÓ, Guilherme Z.; VALLE, Raoni. Arqueologia pelas gentes: um manifesto. Constatações e posicionamentos críticos sobre a arqueologia brasileira em tempos de PAC. Revista de Arqueologia. Vol. 26, nº 1. 2013. Pp. 130 – 140. Disponível em: http://www.revista.sabnet.com.br/revista/index.php/SAB/article/download/373/352

 

SCHMIDT, Peter. Listening and Waiting, Excavating Later. In SCHMIDT, P. & Kehoe, Alice. Archaeologies of Listening. University Press of Florida, 2019. Chapter 9, p.177-201. Inserir PDF

 

 

AULA 4: 7 outubro

Atividade assíncrona:

  1. Enviar à Professora e demais colegas da disciplina os ensaios produzidos na Aula 3 (compartilhamento dos ensaios entre os alunos);
  2. leitura e comentários dos ensaios (prazo para preparo: 14 de outubro)

 

AULA 5: 14 outubro

Encontro síncrono:

debate sobre o tema a partir dos ensaios compartilhados e comentários realizados entre o grupo

 

AULA 6 E 7: 21 e 28 outubro

TEMA: O que é arqueologia Colaborativa?

Atividade assíncrona:

  1. LER TEXTOS DAS AULAS 6 E 7
  2. ESCOLHER E PESQUISAR UM ESTUDO DE CASO CONCRETO COM ABORDAGENS COLABORATIVAS – AVALIAÇÃO 3 – para apresentar na próxima aula 04/nov

Leituras obrigatórias 

 

ATALAY, Sonya. Multivocality and Indigenous Archaeologies. In Habu, C. Fawcett, and J. M. Matsunaga (eds.), Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist, Imperialist Archaeologies. Chapter 3, Springer 2008.

SILLIMAN, Stephen W. Comparative Colonialism and Indigenous Archaeology Exploring the Intersections. In: Craig N. Cipolla  & Katherine Howlett Hayes, Rethinking Colonialism: Comparative Archaeological Approaches, Chapter 11University Press of Florida, 2015. DOI: 10.2307/j.ctvx076x5

Cristóbal Gnecco. Arqueo-Etnografia de Tierradentro. In: Revista de Arqueologia, Volume 26, N.1:16-27, 2013.

 

 

AULA 8: 4 novembro

ENCONTRO SÍNCRONO: APRESENTAÇÃO DO TEMA E DEBATE

 

AULA 9: 11 novembro

Tema: Como Arqueologia colaborativa se construiu diferencialmente no Brasil? PARTE 1

Atividade assíncrona:

  1. Leitura dos textos da Aula 9
  2. Assistir vídeo (a ser indicado)
  3. Escrever resenha crítica comparando dois textos da aula (Resenha 2 páginas) – Avaliação 4 (prazo de entrega 18 de novembro)

Leituras Obrigatórias

SILVA, F.A.,2012. O plural e o singular das arqueologias indígenas. Revista de Arqueologia, 25(2)24-42.

 

SILVA, L. P., 2014. Arqueologia Indígena. Protagonismo ameríndio, interlocução cultural e ciência contemporânea. Cuiabá: Carlini e Caniato Editora.

 

SILVA, F. A., 2011. O Patrimônio Arqueológico em Terras Indígenas: algumas considerações sobre o tema no Brasil. Ferreira, L. M.; Ferreira, M.L.; Rotman, M.B. (Org). Patrimônio Cultural no Brasil e na Argentina: estudos de caso. 1ed. São Paulo: Annablume, p. 193-219. (X)

 

AULA 10: 18 novembro

Tema: Como Arqueologia colaborativa se construiu diferencialmente no Brasil? PARTE 2

Encontro síncrono: debate sobre o tema – debate com convidado

 

Leituras Obrigatórias

Cabral, Mariana. E se todos fossem arqueólogos? Anuário Antropológico/2013, Brasília, UnB, 2014, v. 39, n. 2: 115-132. https://www.academia.edu/11438171/E_se_todos_fossem_arqueólogos_Experiências_na_Terra_Ind%C3%ADgenas_Wajãpi

 

Machado, J. S. Arqueologias Indígenas, os Laklãnõ Xokleng e os objetos do pensar. Revista de Arqueologia. V. 30, N1, 2017. DOI: https://doi.org/10.24885/sab.v30i1.504

 

Rocha, B.C. 2020. ‘Rescuing’ the ground from under their feet? Contract archaeology and human rights violations in the Brazilian Amazon. In: V. Apaydin, (ed.), Critical Perspectives on Cultural Memory and Heritage: Construction, Transformation and Destruction. London: UCL Press, p. 169-188. https://www.uclpress.co.uk/products/118162

 

 

AULA 11 e 12: 25 novembro e 2 dezembro

Atividade Assíncrona:

  1. Trabalho em grupo (4 pessoas): Construindo Dossiês Conjuntos a partir de perguntas que serão encaminhadas previamente sobre arqueologia colaborativa, comunitária e publica – formato de divulgação (vídeo, peça de comunicação e outros) acompanhado de pequeno roteiro explicativo – Avaliação 5 (prazo de apresentação e entrega 9 de dezembro)

 

AULA 13: 9 dezembro

Encontro Síncrono: apresentação e debate dos dossiês e estudos de caso cujos materiais e textos circularam entre os alunos

 

TEMA PARA DISCUSSÃO: Por que estes conceitos se tornaram chave para arqueologias colaborativas indígenas no Brasil?

 

AULA 14: 16 dezembro

PARTE 2: CO-CONSTRUINDO/COLABORANDO E APRENDENDO

Tema: O que território e patrimônio tem em comum?

 

Encontro síncrono: APRESENTAÇÃO DO TEMA E DISCUSSÃO

ATIVIDADE ASSÍNCRONA: LEITURA DOS TEXTOS E RESENHA CRÍTICA (1 a 2 páginas) (Prazo de entrega 23 de dezembro)

 

 

Leituras Obrigatórias

 

SANTOS-GRANERO, Fernando. Writing History into Landscape: Yanesha Notions of Space and Territoriality. In Surrallés, Alexandre & Hierro, Pedro Garcia (Eds.) The Land Within. Indigenous Territory and the Perception of the Environment. Copenhagen, IWGIA, 2005

  • Versão em espanhol (x)

 

ALBERT, Bruce. Territoriality, Ethnopolitics and Development: the Indian Movement in the Brazilian Amazon. In Surrallés, Alexandre & Hierro, Pedro Garcia (Eds.) The Land Within. Indigenous Territory and the Perception of the Environment. Copenhagen, IWGIA, 2005

 

KOJAN, D. e ANGELO, D. Dominant narratives, social violence and the practice of Bolivian archaeology. Journal of Social Archaeology, 5 (3), 2005.

 

 

Aula 15 –  3 fevereiro: RECUPERAÇÃO

 

Metodologia:

 

A disciplina será excepcionalmente ministrada exclusivamente de forma remota, utilizando-se de um conjunto de metodologias que abordarão:

 

1) epistemologias, conceitos e princípios básicos da arqueologia;

2) discussões da bibliografia selecionada,

3) atividades de avaliação vinculadas à leitura e compreensão dos textos obrigatórios, envolvimento e participação dos alunos durante o estudo dirigido e as atividades propostas, tais como pesquisas bibliográficas, exercícios de análise de estudos de caso, debates através mídias virtuais sobre os conceitos, estudos de caso e textos do curso, mesas-redondas virtuais, e trabalhos (textos, vídeos e outros) enviados.

 

  • A frequência será registrada através da participação nas atividades remotas propostas ao longo das aulas além dos encontros síncronos.
  • No total serão oferecidos 5 encontros síncronos através de vídeo conferência e um conjunto correspondente à 10 atividades/aulas assíncronas.
  • Todo o conteúdo oferecido durante as atividades síncronas será gravado.

 

 

ENCONTROS SÍNCRONOS

 

Encontro síncrono AULA 1:  para debater e consolidar o programa

Encontro síncrono AULA 5: debate sobre os ENSAIOS

Encontro síncrono AULA 10: debate sobre o tema com convidado

Encontro Síncrono AULA 13: apresentação e debate dos dossiês e estudos de caso cujos materiais e textos circularam entre os alunos e tema de discussão

*podem ser agendados outros encontros durante a disciplina, de acordo com o andamento dos alunos

 

 

FORMAS E PESOS DAS AVALIAÇÕES

 

AVALIAÇÃO 1: ENSAIO (2 páginas): 1 PONTO

 

AVALIAÇÃO 2: ENSAIO (3 a 5 páginas): 2 PONTOS

AVALIAÇÃO 3: TRABALHO DE PESQUISA INDIVIDUAL: Apresentação do estudo de caso concreto com abordagens colaborativas: 3 PONTOS

AVALIAÇÃO 4: RESENHA CRÍTICA (Resenha 2 páginas): 1 PONTO

AVALIAÇÃO 5: TRABALHO DE PESQUISA EM GRUPO (4 pessoas) – formato de divulgação: 2 PONTOS

AVALIAÇÃO 6: PARTICIPAÇÃO NOS DEBATES/ATIVIDADES: 1

 

 

Nota Final: somatória das 6 formas de avaliação (considerando os pontos/pesos de cada um), considerando mínimo de 75% da frequência.

 

INSTRUÇÕES SOBRE ENTREGA DAS AVALIAÇÕES

Todas as avaliações escritas devem ser entregues digitalmente em word ou PDF exclusivamente por email (juliana.salles.machado@ufsc.br) e serão submetidas aos softwares anti-plágio. Tendo sido constatado plágio o/a aluno/a automaticamente terá sua nota zerada.

 

INSTRUÇÕES PARA AS RESENHAS

As resenhas devem ser escritas em ate 3 páginas, Fonte Times New Roman, 12, Espaçamento simples e não devem conter citações diretas. O objetivo deste exercício acadêmico é avaliar a compreensão do aluno da leitura e sua capacidade de escrita, síntese e pensamento crítico.

 

SOBRE A RECUPERAÇÃO

  1. Deverá realizar uma atividade de recuperação o(a) aluno(a) que obtiver freqüência suficiente e média final entre 2,0 e 6,0;

 

  1. A nota final da disciplina será definida pela média simples entre a média final e a nota obtida na atividade de recuperação.

 

SOBRE PLÁGIO

Todas as avaliações escritas entregues, exceto quando realizadas diretamente via moodle, devem ser entregues digitalmente em word ou PDF e serão submetidas aos softwares anti-plágio. Tendo sido constatado plágio o/a aluno/a automaticamente terá sua nota zerada.